sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Arte - Meio de expressão, chamamento ou loucura?


A propósito da notícia que surgiu ontem sobre o artista Guilhermo Vargas, da Costa Rica, que deixou deliberadamente um cão vadio entrega à morte por desnutrição, faço uma análise crítica.
Em primeiro lugar, é importante notar que arte, segundo os padrões tradicionais e populares (e não segundo uma definição verdadeira e rigorosa), é o modo de expressão de qualquer sentimento/estado de espírito humano para o seu exterior, sob qualquer forma, normalmente tendo o intento de "fazer diferença nas pessoas", ou seja, não criar indiferença, nem que seja em relação ao próprio artista ou a nível individual (o artista não fique indiferente em relação ao seu trabalho). Bem, o caso que se nos apresenta, usa um meio que não é de todo bem aceite na sociedade, "a morte". Como sabemos, para fazer qualquer obra de arte que inclua terceiros, é necessário a sua permissão. Ora, o cão é um animal irracional e não pode autorizar ou não o que fazem com a sua vida e a sua inegridade. Contudo, é um ser vivo e deve ser respeitada a sua vida. Toda a ideia teórica do artista é excepcional "pôr à prova a hipocrisia das pessoas" - "O animal transformou-se em centro das atenções por estar num local onde as pessoas querem ver arte, mas ninguém ligaria se ele estivesse a morrer de fome nas ruas. Ninguém libertou o cão, ou lhe deu de comer, ou chamou a polícia. Ninguém fez nada". . Mas Guilhermo esquece-se da prática: "matar um animal para expressar sentimentos individuais". É isto que sucede e que deve ser analisado. Todo o processo de escrever "Tu és aquilo que lês" em biscoitos de cão na parede pode ser inteligente, tirar uma conclusão como a que está a negrito ainda mais inteligente..mas uma vida foi suprimida, aos olhos de todos, inclusivamente e principalmente do museu, que permitiu tal acto macabro. Há outras formas de fazer notar ao mundo a hipocrisia humana..não é necessária uma das mortes mais dolorosas de um ser vivo indefeso para expressá-lo.

Para ler/visionar notícia: SIC

2 comentários:

smbc disse...

A questão é que mesmo que o cachorrinho desse ordem para ser vilmente utilizado continua a ser uma questão que levanta graves problemas quer dos direitos dos animais, quer questões éticas assim como a de saber onde acaba a arte e começa o muito mau gosto. Para fazer valer o nosso ponto de vista sobre determinado tema é necessário recorrer a medidas assim?
ps- love the sound (Kyoto)

Nessuno disse...

Sim, concordo. Como disse, a integridade do animal não foi respeitada. Ele usa a vida de um ser para expressar o seu ponto de vista. Podia fazê-lo sem matar o que quer que fosse. Agora o museu negligencia o caso e o artista diz o animal fugiu..não sabem como fugir com o rabo à palmatória..pensam que por serem do Nicarágua o mundo não escuta. O mundo escuta sempre

p.s.s o som é ideal para ambiente, assim como toda a Música dos Air =)