quarta-feira, 31 de março de 2010

terça-feira, 30 de março de 2010

Cannes 2010 e algumas surpresas



Pelo fantástico cartaz divulgado ontem, conseguimo-nos aperceber que as premissas para a 63ª edição do festival são luz e movimentos. Na fotografia de Brigitte Lacombe usada para este trabalho gráfico de Annick Durban, surge-nos uma Juliette Binoche, símbolo do estrelato cinematográfico francês da actualidade, portadora de um traje andrógeno, que aparenta assinalar o caminho entre o analógico e o digital, numa perspectiva da luminosidade da evolução. A verdade é que esta inovação ao nível da imagem de Cannes pode ser um importante ponto de viragem em relação ao passado.

O festival decorre de 12 a 23 de Maio e abre com Robin Hood, do britânico Ridley Scott. Contudo, a programação só será divulgada dia 15 de Abril.

MGMT e o passado do futuro


Ainda temos na cabeça os ritmos de "Kids" ou "Electric Feel" e surge-nos repentinamente o segundo álbum da dupla nova-iorquina composta por Andrew Vanwyngarden e Ben Goldwasser. Já tinha havido avisos pela parte dos senhores que não haveria singles, contrariamente ao álbum anterior, já que este registo seria mais inteiro e por assim dizer "à antiga". Pois quem te avisa, teu amigo é e este Congratulations é talvez o melhor exemplo de segundo álbum nos últimos anos. De Oracular Spectacular ficam memórias de ritmos dançantes que aliavam a mais excêntrica das electrónicas à mais sóbria música instrumental e uma espécie de crónica do desejo, aspirações e amor no mundo da música e das sensações, com cheirinho a futuro e um pé no passado. Neste Congratulations temos os mesmos MGMT, aqueles com espírito de transmitir as suas ideias acerca do mundo que os rodeia de uma forma efusiva e animadora, mesmo que a situação seja a decadência moral, com inspiração em composições do passado, influenciando-se para a construção de um futuro. A diferença está onde então? Sem dúvida no conjunto de músicas que usaram para transmitir esta ideia. Mais adultas e complexas do ponto de vista instrumental, aliando a vontade de usar menos meios electrónicos, compensados com um instrumental psicadélico e inscrivelmente lúcido encadeado até ao mínimo detalhe. A voz perde o seu constante falsete e torna-se portadora das ideias fulgurantes e tributos que passaram na cabeça dos membros. Desde o início com "It's Working" até ao final com "Congratulations", a dupla mostra o seu lado mais inspirado, bebendo de águas como Pink Floyd, Beatles, Beach Boys ou Mew. O lado coral e anestesiado de "It's Working" dá lugar à surfada "Song For Dan Treacy" com os seus sintetizadores diabólicos. É aqui que o disco entra na sua sequência de ouro: "Someone's Missing", com a sua explosão fluorescente no final, "Flash Delirium", reflexo mais completo e fidedigno do álbum e "I Found a Whistle", talvez a mais bela canção do grupo até à data, peça de rock pastoril e melancólico que substitui as vezes de "Pieces of What". Mas é em "Siberian Breaks" que Congratulations atinge o seu ponto alto, sendo uma construção épica de mais de 12 minutos que tem tanto de composta como de natural, alternando entre os acordes acústicos da guitarra e os sintetizadores e teclados hipnotizantes, envolvendo o ouvinte de tal maneira que este se sente perdido nas notas musicais e na nostalgia das palavras, sendo inevitável a comparação com a experiência sonora de filmes dos anos 70 ou 2100, desempenhando também a bateria um papel muito importante, marcando qual pulsar a emoção que a canção desperta. Para completar as únicas nove músicas do registo surgem "Brian Eno", uma pequena dedicatória sob a forma de sátira amigável, "Lady Dada's Nightmare", faixa instrumental que aparentou ser retirada de um filme de série B dos anos 70/80 e "Congratulations", uma balada parabenizadora que tem todo o nexo de existência.

Esperemos daqui tirar a lição dada por estes rapazes de Brooklyn: depois de um grande sucesso, nada melhor que uma ressaca optimista de boa música que contrapõe o sentido introspectivo com a alegria tão deles característica.

Aqui fica a divertida amostra promocional:

segunda-feira, 29 de março de 2010

Saudade, o nome é merecido


Há algum tempo que ansiava por ir à casa de chá Saudade. As últimas visitas a Sintra nunca tinham sido sozinho e a verdade é que por algum motivo nunca consegui ir a esta maravilha junto à estação, fosse por falta de tempo para apanhar o comboio ou por outro motivo qualquer.
Bem, desta vez lá estava...só eu após um intenso dia deambulatório pela vila e da descoberta dos seus segredos mais recatados. Ainda me deti alguns minutos na fachada recuperada da antiga fábrica de queijadas Matilde, onde elegantemente repousavam em fitas de relevo as palavras SAUDADE, VIDA e ARTE. Entrei e o ambiente tinha tanto de estranho como de reconfortante. Os dignos tectos também em relevo eram cobertura para um dos salões mais originais e ao mesmo tempo característicos (pelo menos na nossa mente, quando pensamos em casas de chá) dos quais o meu olhar já fez colecção. As cadeiras e mesas em madeira, a meia luz, o chão em azulejo, as exposições de objectos artesanais, loiças e ofícios tipicamente portugueses, as palavras da entrada repetidas subtilmente em vários locais, os espelhos em ferro, enfim,podia continuar a numerar, mas a descrição nunca iria fazer justiça à imagem e sensação. É que diga-se, como se isto não chegasse por si, ainda tem uma grande colectânea de doçaria caseira e regional como bolos de maçã e noz, mel, tortas de laranja, semi-frios dos mais variados frutos silvestres, queijadas, assim como chás de diferentes ervas do campo. Como seria de esperar, há música ou vivo, mas só jazz, fado e música antiga. O serviço é óptimo e apenas uma palavra reina sobre todas as outras à medida que o tempo se arrasta na observação dos viajantes, que tal como eu, se perderam pelas ruelas e pátios da vila: casa. Afinal de contas, não é daquilo que mais sentimos saudade?

sábado, 27 de março de 2010

Um dia diferente...

Lisboa comemora em força o Dia Mundial do Teatro, vamos ver o que tem para oferecer.

O Teatro Nacional D. Maria II festeja a efeméride colocando os seus espectáculos (Robinson Crusoe - 16.00h, Rei Édipo - 21.30h, Num Dia Igual Aos Outros - 21.45h) gratuitos, dentro do limite dos bilhetes. Ainda assim, a principal atracção do dia serão as visitas encenadas e representadas por personagens históricos como Almeida Garrett, Palmira Bastos, Amélia Rey Colaço ou o Pingas, aos diferentes espaços do teatro (acessível por entrada livre ao público). Esta consiste na subida das escadas até à sala-estúdio, nos corredores onde estão pendurados os figurinos, na sala das costureiras, na varanda de onde se vê a teia, terminando no palco com uma surpresa. Em redor do D. Maria II, quatro escolas (Escola Superior de Teatro e Cinema, Escolas Profissional de Teatro de Cascais, Act e Chapitô) apresentam diferentes cenas de 30 em 30 minutos, podendo surpreender o público inesperadamente.

O Chapitô vai ainda voltar atrás no tempo, relembrando os saltimbancos e criando um café-concerto com Cristina Branco e o acordeonista Gabriel Gomes pelas 22.00h, ao qual se segue no Bartô um set musical do jornalista/crítico musical Vitor Belanciano.

O actor Amando Cortez tem a partir de hoje e até dia 9 de Abril, uma homenagem aos 50 anos da sua carreira pela Biblioteca Municipal Camões, que mostra objectos pessoais como textos, livros, documentos, fotografias e adereços usados no palco. É lembrar que o actor conta com 150 peças de teatro, a tradução/adaptação/co-autoria de 30 textos dramáticas, a realização de teatro radiofónico, filmes nacionais e internacaonais, séries, novelas e televisão.

No São Luiz, a 5ª edição do ciclo Novos Actores toma lugar entre as 21 e 22h com leitura de poemas por alunos da Escola Superior de Teatro e Cinema - 1º ano, em vários locais do edifício. A entrada é livre.

Com tanto para fazer, não há porque ficar em casa.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ver Cinema Com Outros Olhos

Seguindo a sugestão de Lisboa na ponta dos dedos, o Estado d'Arte esteve presente na sessão de abertura do curso Ver Cinema Com Outros Olhos, a ter lugar até dia 17 de Junho todas as quintas-feiras das 18-20h no auditório da Casa das Histórias Paula Rego em Cascais. O orador é João Braz, editor de filmes como Alice, Noite Escura, O Mistério da Estrada de Sintra ou A Corte do Norte. Este, no seu jeito peculiar e simpático, informou que o curso seria mais teórico-prático do que com predomínio de alguma destas componentes, entendo-se por isto que consistirá mais na amostra de exemplos práticos como excertos de filmes que se adequem à aula.

A sessão de abertura teve como objectivo cativar os presentes, oferecendo-lhes uma breve introdução acerca da evolução técnico-artística do cinema desde o seu começo, contrapondo obras prímárias com obras recentes.

As inscrições terminaram ontem, mas aqui fica o programa:

terça-feira, 23 de março de 2010

100 anos de Akira Kurosawa


Em 57 anos de carreira assinou 30 películas. Foi um dos cineastas mais influentes do mundo, reflectindo toda uma nova ideologia que só poderia provir do povo nipónico. Sem ele, Fellini, Coppola, Scorecse ou Bertolucci não teriam tido tanta inspiração. Falamos de Akira Kurosawa, que hoje completaria um século se ainda vivesse. Descendente de samurais, era detentor de um perfeccionismo técnico completo, que conferiu uma estranha realidade aos seus argumentos.

A Cinemateca Portuguesa recorda este marco com um "olhar parcial" sobre a sua obra em dez sessões cinematográficas. Nestas não são esquecidos filmes como Às portas do Inferno (1950), premiado em Veneza e em Hollywood, Os sete samurais (1957) e Ran - Os senhores da Guerra (1985), a partir de Rei Lear, de Shakespeare. Começa já hoje com Os sete samurais pelas 21.30h.

sábado, 20 de março de 2010

Uma paródia às Boys Band pelos Hot Chip

É o novo vídeo do single "I Feel Better" retirado de One Life Stand, realizado por Peter Serafinowicz.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Beach House ou o refúgio intimista


As portas abrem já atrasadas no Lux Frágil para o concerto dos norte-americanos de Baltimore, Beach House. A fila que já chegava à estação entra apressadamente e num instante preenche o recinto da discoteca. O palco era preenchido com quatro chapéus-de-sol de penas, cuja extremidade seria iluminadas com cores ao longo do espectáculo. Humildes e simpáticos, Victoria Legrand e Alex Scally entram acompanhados do seu baterista de serviço. O mote para aquela noite era Teen Dream, saído ainda fresco em Janeiro passado. Este álbum bem mais inspirado e atmosférico foi responsável pelo intimismo criado durante o show, ajudado em muito pelo pequeno espaço e proximidade. A verdade é que há sítios para estar à hora certa, no lugar certo e ontem isto não foi um acaso. Os primeiros acordes de "Walk in the Park" marcaram o início da progressão hipnótica tão característica do dúo. Deste registo tocaram ainda músicas como a romântica "Better Times", os teclados densos em sequência de Lover of Mine, "Zebra" dedicada aos amantes, o single "Silver Soul", "Norway", que fazia sobrepor a tudo o resto os suspiros andróginos de Victoria, apoveitando esta para referir que nem na própria Noruega aplaudiam tanto e eram tão efusivos, sugerindo em jeito de piada fazer uma canção chamada "Portugal". Used to Be foi interrompida a meio para pedirem ao público que continuasse com o seu clap para a acompanhar, transformando este num dos momentos mais coloridos da noite, com as diferentes luzes a saltar entre os chapéus. De Devotion (2008) apresentaram as composições que os tornaram conhecidos: por um lado a nostálgica Heart of Chambers, uma das quais gerou mais excitação e por outro o sorriso disfarçado de tensão de Gila com alguns dos mais belos acordes encadeados por Scally. O final do concerto foi para grande parte, "o momento". "Take Care" toma conta dos sentimentos num misto de conforto e arrepio, com os sintetizadors simples aumentados e a voz grave de Legrand pronunciando aconchegantemente "I'll take care of you/Take care of you/That's True...", como que a embalar. No final do encore, foi pedido após os múltiplos agradecimentos, que o público os acompanhasse numa viagem ao espaço. Foi isso que aconteceu, a emoção de "10 Mile Stereo" iniciou uma viagem aos alicerces do dream pop, baseada no fluir do compasso e da companhia da voz, acabando numa distorção de guitarra como término. Fantástico.

Beach House não é uma música para ouvir pelo perfeccionismo clássico de composição e diversidade de acordes. É música para ficar embalado e prestar atenção à voz, para sentir principalmente e ser transportado para um mundo por eles criado, onde a saudade dos tempos de adolescência e inocência é revelada, esquartejada e purificada, garantindo em cada sucessão de notas agradavelmente hipnóticas momentos felizes, que só o são por misturarem todas as sensações da nostalgia e remorso à boa-disposição e orgulho. Talvez por isso o ideal seja um espaço intimista como o de ontem, já que algo tão pessoal não se pode perder na partilha, não será verdade?

sábado, 13 de março de 2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

E mais uma vez, o que é National é bom



Há alguns dias a banda nova-iorquina The National anunciou a capa, fotos de estúdio e rabiscos de tracklists do seu novo álbum num site criado para o seu lançamento, High Violet, a decorrer dia 11 de Maio.
A verdade é que por muito que as bandas nos tenham habituado a qualidade e eficiência ao longo do seu tempo de existência, existe sempre aquele pequeno receio de que as coisas possam correr menos bem, principalmente quando o seu último lançamento foi o maior êxito. Bem, na quarta-feira dia 10 de Março, o colectivo de Matt Berninger provou o contrário. A faixa apresentada no programa Late Night with Jimmy Fallon, de seu título "Terrible Love", veio mostrar os National reinventados dentro da sua própria esfera, abertos a experiências progressivas e ua abertura instrumental das músicas recuperada das suas fases iniciadas e cada vez mais aproveitada como complemento às perturbantes letras de Mr. Berninger. A bateria de Bryan Devendorf, à semelhança com outras músicas novas já conhecidas é peça vital deste puzzle de personalidade musical, sendo absolutamente marcante.

Outra característica, não menos interessante, é a mudança radical no design da capa (como se pode ver acima), deixando os negros e optando pelo branco-cinzento como fundo para palavras coloridas. Não se esqueçam que antes de serem o que são, os elementos eram designers empresariais.

Aqui fica "Terrible Love", em princípio faixa de abertura de High Violet:

quinta-feira, 11 de março de 2010

Monstra já conta com 10 anos



E é assim que 10 anos após o seu início, apanhamos a Monstra com centenas de filmes de animação de mais de 30 países, debates, workshops e convidados especiais, sendo Portugal o país em destaque na edição deste ano, em que será apresentada uma retrospectiva sobre a animação portuguesa desde os primórdios, em 1923, até aos dias de hoje. Associa-se ainda ao centenário da implantação da República, convidando o mágico número de 100 profissionais da animação para participarem na realização da curta-metragem 10 por Cem.

É ainda possível o visionamento do primeiro filme de animação de sempre, de Alexander Shirayev (1905).
O Monstrinha é como de costume dedicado aos mais novos, sendo que para os aultos há ainda workshops e masterclasses, com a presença de Bill Plympton e Nick Phelps.

A abertura oficial é hoje à noite no Cinema São Jorge com o espectáculo Aedificandi, mistura de animação e performance.

Para ver programação, consultar página oficial

ModaLisboa '34 - très chic, très check


Tem hoje início a 34ª edição da ModaLisboa, onde serão apresentadas as principais apostas de uma selecção dos mais conhecidos criadores nacionais para o Outono/Inverno 2010/11. Por estes próximos quatro dias, até domingo, irão decorrer 22 apresentações, 20 desfiles, 21 criadores e 3 marcas. Num regresso à cidade de Lisboa, após alguns anos em Cascais, o evento realiza-se em dois locais distintos, o Páteo da Galé no Terreiro do Paço e o MUDE - Museu do Design e da Moda, na Rua Augusta.

A organização refere que este ano "a palavra de ordem é: circular. Circular em Lisboa.ModaLisboa Check Point será “apenas” o ponto onde nos encontramos hoje a pensar as dinâmicas culturais de amanhã.".

Três estreias absolutas são Ricardo Andrez, Salsa e Mental by Shunnoz & Tekasala, sendo que a maioria dos restantes já são assíduos no evento: Ana Salazar, Nuno Baltazar, Miguel Vieira, Luís Buchinho, Alves/Gonçalves, Pedro Pedro, Nuno Gama, Dino Alves, entre outros.

O concerto de abertura está a cargo de Paulo Furtado - The Lengendary Tigerman -.

terça-feira, 9 de março de 2010

AIR - uma análise...


Começa aqui uma análise sobre os veteranos da electrónica francesa jazzística e levemente pop, Air. A banda de Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel existe no conhecimento geral desde 1998 devido ao êxito Moon Safari. Vários são os campos explorados por esta dupla, não viesse o nome do projecto - AIR - de Amour, Imagination, Rêve. Imortalizados pelas películas de Sofia Coppola e muitas vezes mal interpretados, são para além de música, uma atitude. Bastante sonhadora diga-se, transpirando charme, sedução, elegância, romantismo e um estranho conforto.

Nunca se esperaria que um arquitecto e um matemático pudessem vir a ser personagens produtoras de arte tão inspirada e inspiradora.

Para começar, e talvez de forma um pouco desconexa, o Estado D'Arte propõe a audição de um tema do primeiro álbum de Charlotte Gainsbourg (cuja parte instrumental esteve inteiramente a cargo dos Air), 5:55. Neste, é relatada a adrenalina de uma viagem. Que comece então a viagem pelo mundo dos Air:



Melancholy
aviation
chocolate
perfume
cigarettes
frequent flyer
stow away
dislocation
sleeping
jets
wave goodbye
feel homesick
tranquilizers
bill of fare
cry easy
dvt
disapear into thin air

chorus
we wish you all a very happy pleasant flight
this is a journey to the center of the night
and the inflight entertainment's out of sight
here on af 607105

time difference
you're waking
chase the sun into your eyes

sleeping cities
dust hotel rooms
passengers look to the skies

fly over
your lifetime
and never touching down

my heart
is breaking
somewhere over saskatchewan
chorus
we wish you all a very happy pleasant flight
this is a journey to the center of the night
and the inflight entertainment's out of sight
here on af 607105

your life in
the wrong hands
savannah and frozen wastes

the flight path
the wingspan
below the earth rotates

i love you
i miss you
i cannot see your face

invent a
new persona
drunk here on the edge of space

all the things i carry with me
and all the things i left behind
and all the things that wait to meet me
hover in the air tonight

if i can only keep on moving
and never stop and think of me
and freefall through the years and decades
terminal velocity
chorus
we hope you had a very happy pleasant flight
this is our final destination so goodnight
like a stone we are now falling from the sky
farewell from af 607105

the cabin
is burning
i smile and feel complete

here amongst
total strangers
27 000 feet

suspended
isolation
kids throw toy planes in the street

one final
blaze of glory
viewed from a window seat

segunda-feira, 8 de março de 2010

Oscars escolhem Bigelow



Numa cerimónia bem mais monótona e desorganizada que o habitual, The Hurt Locker (Estado de Guerra) é o vencedor da noite, ganhando seis Oscars e tornando Kathryn Bigelow na primeira mulher a receber o galardão por Melhor Realização em todos os 82 anos de existência do evento. Hurt Locker arrecadou ainda os Oscars de Melhor Filme, Melhor Argumento Original, Melhor Edição de Som, Melhor Montagem de Som e Melhor Montagem. Deste modo, Avatar de James Cameron, recorde de bilheteiras e orçamento que era o favorito, apenas foi premiado com três Oscars nas categorias técnicas Melhores Efeitos Visuais, Melhor Cinematografia e Melhor Direcção Artística (sendo até suplantado por Star Trek na Melhor Caracterização). Os outros grandes vencedores terão sido Precious de Lee Daniels, que vence com Geoffrey Fletcher o Melhor Argumento adaptado e com Mo'Nique a Melhor Actriz Secundária; Up - Altamente, vencedor do prémio de Melhor Filme Animação e Melhor Banda Sonora e Crazy Heart, que recebe assim o Oscar de Melhor Actor, acredita-se, pela carreira de Jeff Bridges (o filme não o justifica) e a Melhor Canção Original.cSandra Bullock soma a proeza de receber simultaneamente o Oscar por Melhor Actriz e o Razzie por Pior Actriz.

The Cove (A Baía da Vergonha) ganha como era esperado o Melhor Documentário e The Young Victoria o Melhor Guarda-roupa. A surpresa da noite foi sem dúvida a derrota de O Laço Branco e O Profeta no Melhor Filme Estrangeiro pela película argentina El Secreto de Sus Ojos e da nova curta de animação de Wallace & Gromit por Logorama. Quanto à Melhor Curta de Ficção e Melhor Curta Documental, terão sido atribuídas a The New Tennants e Music By Prudence respectivamente.

A verdade é que The Hurt Locker é um bom filme, talvez não tão bom como outros nomeados, mas sim revelador de um regresso fiel aos princípios da Academia, em que se premeiam filmes de baixo orçamento e cinema semi-independente, com um argumento sólido e bons actores. A verdade é que se Avatar ganhasse, teríamos que impor uma pergunta: "De que é feito um bom filme filme?". De um bom argumento e actores? É que Avatar não esteve noemado para estas categorias. Seria justificável dar o galardão a um filme de avanços tecnológicos, que será brevemente ultrapassado?
Aidna assim, talvez pelo menos o Argumento Original e o Melhor Filme devessem ter sido entregues a Inglorious Basterds, ensaio distorcido de uma versão alternativa da II Guerra Mundial por Quentin Tarantino, talvez a mais original das películas nomeadas, em que uma aliança entre a boa história, os bons actores, a originalidade suprema, a banda sonora, o guarda-roupa e a imagem em si tornam o realizador alvo de um Oscar que seria merecido.
Quanto ao Melhor Actor, a Academia continua a pecar, premiando actores por carreiras. No caso de Jeff Bridges, o reconhecimento demorou 40 anos. Assim, Colin Firth perde a oportunidade de brilhar pelo seu espectacular desempenho em A Single Man, inexplicavelmente não nomeado para Melhor Filme. Com certeza faria melhor figura que District 9, The Blind Side ou Avatar.

sábado, 6 de março de 2010

Desta vez, há Oscars para todos...




O chef Wolfgang Puck, encarregue este ano pela tradicional ceia que se segue à cerimónia dos Oscars no LA Kodak Theatre, lança uma proposta no mínimo orginal: estatuetas de chocolate em forma de Oscar.

Heartless vence Fantasporto

E é assim que o realizador britânico Philip Ridley é distinguido pela segunda vez no festival. A primieira havia sido em 1996 por The Passion of Darkly Noon, na categoria de Melhor Realizador. Desta vez ganha com Heartless pela Grande Prémio de Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Actor (Jim Sturgess). A película foca um homem com uma marca de nascença em forma de coração na cara, que descobre existirem demónios nas ruas cidade de Londres.

Quanto aos outros prémios, o Prémio Especial do Júri foi dado a Deliver Us from Evil, do dinamarquês Ole Bornedal e a Melhor Actriz a Neve McIntosh por Salvage, do britânico Lawrence Gough. O Melhor Argumento foi ganho por La Horde, dos franceses Yannick Dahan e Benjamin Rocher (França). Uma Menção do Júri Internacional foi atribuída em ex aequo a Embargo, adaptação de um conto de Saramago por António Ferreira, e a Valhalla Riing, de Nicholas Winding Redfern. ganhou Melhor Argumento. Por último, o Prémio Manoel de Oliveira para o Melhor Filme da Semana dos Realizadores e Argumento foi para Fish Tank, da britânica Andrea Arnold.

Como já foi referido anteriormente, o cinema asiático numa sai ilseso, pelo que na secção Orient Express (dedicada a este certame), Thirst...Este é o Meu Sangue, do sul-coreano Park Chan-wook, saiu vitorioso.

Durante esta semana que o público passou pelo Fantas, decidiu atribuir o seu voto a Solomon Kane, de Michael J. Basset, a estrear a 18 de Março.

Aqui fica um behind the scenes de Heartless: