segunda-feira, 31 de maio de 2010

Vampire Weekend - Holiday

Com realização pelo colectivo The Malloys, "Holiday" foi a escolhida para ter o 3º teledisco restirado de Contra.

domingo, 30 de maio de 2010

3 Cinemas diferentes

Estômago - Uma história nada infantil sobre poder, sexo e gastronomia



A reacção de qualquer espectador são depois de ver a primeira longa-metragem do brasileiro Marcos Jorge é a vontade de vomitar enquanto ainda fascinado pela grandeza do que passou pelos seus olhos. Com uma dupla narrativa sobre o que o título indica, esta espécie de Perfume + Ratatouille misturada com a aspereza a que o bom cinema brasileiro nos habituou abre os braços a excelentes actores e diálogos, onde o humor negro espreita a cada cena. As sensações transmitidas pela presença de comida ao longo da película são tantas que o concelho do realizador é mesmo assistir em jejum. Quando pensamos que ser macabro é exagero, talvez não.

Eu Sou o Amor



Tilda Swinton não é italiana. Luca Guadagnino apenas convidou a galardoada actriz para o seu Io Sono L'Amore. O resultado é uma das suas melhores interpretações, num dos filmes italianos mais originais dos últimos tempos. A estrutura é a da tragédia grega clássica, com todas as suas catarses, crescendos e clímax, contudo, há algo de inovador na forma como nos é apresentado. Não é preciso que haja uma mostra/descrição directa, para que percebamos o que se passa. No fundo, o autor faz-nos pensar e especular o filme todo, tendo o espectador um papel bastante activo. A beleza dos pequenos detalhes, como o focar dos corpos ou dos insectos e natureza, as letras dos locais e cenários idílicos da alta classe milaneza são trunfos que se vêm juntar ao belo elenco. Este é um filme sobre a família, os seus podres e aparências e principalmente sobre a vitalidade e cansaço das relações amorosas e os motivos que levam ao adultério. O confronto entre as emoções das personagens criam uma tensão que à maneira da boa tragédia, deixa os nervos em franja até ao clímax.

Alma Perdida



Sophie Barthes faz algo muito simples: recruta Paul Giamatti para ser Paul Giamatti. O actor em crise aproxima-se da depressão e descobre que almas podem ser retiradas para leveza dos seus proprietários em Nova Iorque. Sem mais delongas, fica sem alma. Toda a fita, filmada segundo a regência do cinema independente, somos deparados com a dicotomia comédia-drama que nos faz questionar a validade da mente e alma no ser humano, assim como o desejo que já todos sentimos de trocar de identidade com alguém. Giamatti chega rapidamente à conclusão de que não será melhor actor nem marido sem as suas preocupações e decide recuperar a sua alma. O problema é que ela foi trocada e estará muito distante. A luta pela identidade própria começa e o personagem é levado por caminhos que nunca antes ousou pisar.

sábado, 29 de maio de 2010

Massive Attack - Psyche

Os Massive Attack habituaram-nos desde cedo aos mais belos e/ou perturbadores videoclips. Aqui fica o vídeo recém-editado de "Psyche" de Heligoland:

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Príncipe Real Live

Pelo terceiro ano consecutivo, o Príncipe Real ganha vida em Lisboa...

Música ao vivo, exposições (antiguidades, arte, design, joalharia, peças de autor, moda, etc), desgustação, workshops de dança são algumas das propostas:



Começa hoje e estende-se até domingo, todos os dias até às 23h.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mala de Lynch é enigma da Dior (e vice-versa)

O realizador mostra assim aquele que é muito provavelmente o anúncio publicitário mais complexo da marca francesa. A curta-metragem de 16 minutos promove uma mala, mas como tudo em Lynch, isto não podia ser simples: a mala é o enigma de uma bela mulher cuja memória se apresenta desfragmentada. Os poucos minutos são fiéis a Lynch, que não poupa características como a presença de um enigma central, uma mulher com problemas recentes, aproximações de câmara e ângulos trémulos, tempestades e flashes metafóricos, etc. A protagonista é a francesa Marion Cotillard.

The XX, mais que um símbolo



Aparentam ser apenas três jovens. São mais que isso, pelo menos o que fazem é mais que isso. Com idades a rondar os vinte, Romy Madley Croft, Oliver Sim e Jamie Smith são elevados a um estatuto entre os melómanos musicais que nunca podiam ter sonhado imaginar. O segredo é o das músicas minimalistas, cadenciadas, cantadas em dueto e com temas que vão do desgosto ao conforto relacional e amoroso (de uma forma tão adulta que não acusa em nenhum momento as suas idades). Entre todos estes aspectos, faltava saber como seria ver os 3 jovens ingleses ao vivo. A palavra "surpreendente" deve ter passado pela maior parte das mentes observadoras na esgotada Aula Magna de ontem. Para um espectáculo de uma hora (o reportório não podia esticar mais), foi tão variado como fiel a si próprio. Tudo começa com o tapar do palco com um enorme tecido branco. A introdução do álbum converte-se em introdução do concerto e as cordas e electrónicas ecoam pelo auditório enquanto um enorme X se ilumina no seu centro, dando lugar a projecções das sombras de Romy, Oliver e Jamie. O pano cai e as figuras elegantemente vestidas de preto surgem frente à mesa de misturas e percussão que consiste numa caixa negra com um X em cada face. Mas não se enganem, não foi só este o bom gosto no cenário. A face de Romy e Oliver era iluminada cada vez que eles cantavam e as luzes mudavam sincronizadamente com as batidas e certos acordes da combinação baixo-guitarra ou guitarra-guitarra. Em certas melodias, ondas de luz com formas aquáticas iluminavam o tecto e no encore, com "Stars", o fundo enche-se de pontos iluminados tal qual estrelas. Quanto à música, melhor seria impossível, versões alargadas e modificadas de belas composições como "Heart Skipped A Beat", "Islands", "Teardrops", "Night Time" e para mim o ponto alto da noite: "Shelter". "Do You Mind" teve até direito a tímbalos sonantes e "Basic Space" a uma versão mais livre. A distorção inebriante de "Fantasy" varreu a sala por entre a bela voz de Oliver a declamar os curtos versos da sua letra. Foi possível comprovar a excelente coesão no conteúdo e forma do álbum, já que mesmo com ordem trocada, as músicas se conseguiam continuar naturalmente umas nas outras.

Podiam ser apenas mais um caso de súbito sucesso, que tanto agrada a ouvintes do indie como da pop mais berrante ou heavy-rock mais pesado, mas a verdade é que são verdadeiros artistas, a quem está por certo assegurado um lugar priveligiado no mundo da música caso nada aconteça de errado. Humildade, ambição saudável, composições demasiado belas e simples, racionalidade na escolha do tipo de espectáculo e design gráfico. O que se pode querer mais? Absolutamente nada.



















segunda-feira, 24 de maio de 2010

Quando o homem comum é protagonista



Não é segredo para ninguém que os National são a minha banda favorita. Podia fazer conversa de circunstância "ah e tal mas ainda há outras bandas que gosto tanto como esta, bla bla", mas a verdade é que fazendo uma análise, reunem todas as condições para conquistar este lugar: letras excepcionais, composições instrumentais lindíssimas e muitíssimo elaboradas, intervenção social, catarse, membros com carácter, grande design nos trabalhos em CD/DVD/vinil e concertos incríveis. Espero não enjoar com tanta bajulação, mas em 3 anos ainda não lhes prestei um ode como deve ser. Porquê agora então? Há quase um mês saiu para as lojas o aguardaddo 5º álbum High Violet, que veio provar o que já se desconfiava: a banda de Brooklin não faz merda mesmo quando se possa esperar. O sucesso avassalador de Boxer, que esgotou concertos em salas mundiais de média dimensão sem conta e preencheu cartazes de festivais era, como habitualmente no mundo da música, um prenúncio de uma expectativa mais baixa para o seu trabalho seguinte (isto porque era bastante difícil superar Boxer). O engano era tão redondo quanto uma bola de futebol, afinal e contas já devíamos ter aprendido a lição quando Boxer não ficou atrás de Aligator: High Violet não só não ficou atrás de Boxer como elevou a banda a um outro patamar, isto, algures entre a fusão de algo novo com o melhor dos dois álbuns anteriores. Onde antes se ouviam belas canções impenetráveis e intimistas sobre um mundo emocional mas metaforicamente desejável, agora ouvem-se canções mais directas sobre o acordar para a realidade, que não deixam por isso de ter a complexa criatividade lírica do vocalista Matt Berninger. O processo de gravação dos álbuns dos National é muito peculiar e é por isso que talvez as coisas saiam tao bem...uma reunião de meses na sua casa-estúdio onde após tantas hipóteses as discussões são mais que muitas, voltando-se muita vez à ideia original. Assim é por exemplo com a introdução de High Violet "Terrible Love", em que após cerca de 80 samples, se regressou ao som distorcido e caseiro de uma das primeiras. O álbum é mais progressivo instrumentalmente do que os seus antecessores, muito pela ajuda de instrumentos como o harmonium, trompas, violinos, coros (onde se contam colaborações como a de Sufjan Stevens) e secções de metais. As emoções passadas pelas letras de Berninger são mais que muitas, desde a impotência amorosa e debilidade das relações ("Terrible Love", "Anyone's Ghost", "Conversation 16", "Runaway", "Vanderlyle Crybaby Geeks"), ao medo de ser pai (Afraid of Everyone), às (não-)saudades de casa ("Bloodbuzz, Ohio"), às pequenas irritações familiares ("Lemonworld"), aos desgostos marcados pela juventude passada ("Sorrow"), à ira ("Little Faith") ou ao guilty pleasure ("England"). O álbum é muito consistente e cria vício, sendo este o fenómeno que a pouco e pouco permite a descoberta de novos pormenores em cada música. A banda cresceu e as suas convicções também. Os versos podem aparentar ser algo double-meaning, mas há sempre uma verdade escondida que tanto nos reconforta com chicoteia. Mais uma vez encontramos nas composições tanto a doçura como a acidez, vinda da voz de Matt, que aliada aos ritmos complexos da bateria de Bryan Devendhorf e à fluidez quase subaquática das cordas dos irmãos Dessner torna o seu estilo incontronável.

Poderia analisar detalhadamente cada canção, mas para ser sincero, para quê? Teria que escrever um texto ainda maior do que este e não transmitiria nem um terço do que significam. A arte de transformar poemas em músicas não está no poder de qualquer um e tal como na literatura, a interpretação demora o seu tempo e é muito variável...

Ao vivo têm-se apresentado elegantemente vestidos, com uma tela e holofotes monocromáticos. A transmissão do concerto para a Red Hot no Youtube foi um sucesso e provou que High Violet é deveras eficiente quando tocado. Resta-nos esperar pelo seu concerto de apresentação e pelo momento em que as pessoas comuns (público dos National) se sentem heróis de uma ficção.

Aqui fica uma amostra:

domingo, 23 de maio de 2010

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Kriatividade em Alkantara

Começa hoje mais uma edição do Alkantara Festival, que só acontece de dois em dois anos. A iniciativa, que traz a Lisboa cerca de 32 propostas artísticas diferentes vindas de todo o mundo, tem este ano nova direcção: Thomas Walgrave. O mote é o mesmo "Mundos em Palco" e isso é tão visível na programação como na imagem do festival. A edição de 2010 traz ainda mais novidades... existem pelo menos 11 estreias absolutas, nas quais se distinguem nomes como Dick Wong, Toshiki Okada ou Kornél Mundruczó. Durante os vinte dias do festival, até 9 de Junho, podem ser ouvidas entrevistas aos artistas, emissões em directo e até "discos pedidos" ou quizzes na Auto-rádio Alkantara, que pode ser ouvida no site da Prado. O festival estende-se este ano inclusivamente ao Teatro Nacional de São João e Carlos Alberto no Porto.

Aqui fica o spot publicitário:



Para ver programação, clicar aqui

1 Ano de MUDE

Hoje e amanhã são dias de festa no espaço mais avant-garde da cultura lisboeta, entenda-se, no Museu do Design e da Moda. Após um ano, está na altura de fazer algumas mudanças, não para piorar ou melhor, apenas mudar. Desde sempre, como diz a Time Out, que o MUDE se assumiu como um "espaço em construção", começando até pelo próprio edifício. Nada melhor que inaugurar esta reformulação/continuidade com uma grande celebração. Para começar, o museu convida os cidadãos a prestarem atenção à Baixa e aos pormenores que a tornam única, mandando MMS durante o dia de hoje para o ponhaosolhosnabaixa@gmail.com. A partir das fotografias será inaugurado um mural pelas 18.00h, ao qual se segue um concerto na rua pelo trio experimental Slow Job. A festa começa contudo às 13.00 e durante duas horas é possível conhecer um dos núcleos do museu em 15 minutos. Ao fim do dia qurem-se conversas e tertúlias, sendo que o lugar dos museus na contemporaneidade será um assunto debatido por Dalila Rodrigues, Eduarda Abondanza, João Brigola, Henrique Cayatte e Raquel Henriques da Silva. No dia seguinte, das 11-17.00h estão abertas oficinas ao público que incluem coisas tão simples ou complexas como fazer fios, pulseiras, anéis, coser lenços ou bolsas, etc. Segue-se um peddy-paper pelas 11.30h nas ruas da Baixa, que dá lugar à visita guiada da exposição António Garcia, Designer - zoom in/zoom out. No final de sábado os moradores da zona são chamados à conversa, no âmbito da discussão acerca da rehabitação, reanimação e revitalização do centro histórico de Lisboa.

Em ambos os dias é mostrado Ante-estreia, Flashes do MUDE e no primeiro dia há inclusivé um baile urbano com o projecto OMiRI.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Aniversário XOCOA


imagem retirada de XOCOA


A chocolataria mais trendy de Lisboa celebra hoje o seu primeiro aniversário. Para comemorar vai lançar um programa especial até ao final de Maio para os amigos e clientes no âmbito do Chiado After Work e que decorrem até final do mês. O seu laço com a música irá permitir a existência de especiais DJ Sets e inclusivamente a actuação de uma banda intimista de Castelo Branco.

Dia 12
1º ANIVERSÁRIO XOCOA LISBOA
19h-20h00 DJ Set com MR. MITSUHIRATO

Dia 14
18h00-20h00 DJ Set com RICARDO MARCOS

Dia 21
18-20H00 DJ Set com MÁRIO VALENTE (Lounge)

Dia 24
19h00-20h00 NORTON (Live Showcase)

Lançamento do CHOCOPOSTCARD LISBOA: tablete de chocolate negro e framboesa envolvida num embrulho evocativo daquela que é a primeira cidade fora de território espanhol a receber uma loja XOCOA.

Dia 28
18h00-20h00 DJ Set a confirmar

Apartir de amanhã e até 30 de Maio, a XOCOA terá vários dos seus chocolates, bombons e cookies para degustação entre as 18 e 20h, sendo que em datas a anunciar irá proporcionar uma degustação de chocolates com vinhos e licores.

The National - Bloodbuzz Ohio

Não, não é um iminente anúncio Burberry com o modelo loiro de gabardine em paisagens a preto e branco e de extrema elegância. É o videoclip do primeiro single "Bloodbuzz Ohio" retirado de High Violet. Conta com a realização de Hope Hall, Andreas Burgess e Carin Besser e ainda com um "cameo" de D.A. Pennebaker como barman. A actuação é de Matt Berninger, que se representa a si próprio como adulto que cedo deixou a terra que o viu crescer e da qual esta não se recorda.

The National - "Bloodbuzz Ohio" (official video) from The National on Vimeo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Chiado after Work


foto de João Lourenço Rodrigues

Desde o dia 6 que existe animação pós-laboral no Chiado. Não, não falamos dos preparativos para a vinda de Bento XVI ou algo qe se pareça. É a nova edição do Chiado after Work de regresso feliz ao bairro mais excitante de Lisboa. Com o objectivo de nao se perder a animação nas ruas do bairro depois da hora de trabalho, o Chiado after Work convida ao relax em vez de uma fila de trânsito inacabável. Beber um copo, fazer compras sem confusão ou ainda assistir a um espectáculo proposto num dos vários espaços culturais são desde já as primeiras propostas. A antiga Pastelaria Marques na Rua Garrett até reabre as portas mostrando um antigo pátio com diferentes projectos contemporâneos de várias áreas.

Em suma, 15 novos espaços são abertos ao público: um laboratório de coworking internacional, um posto de informação turística, lojas d ecriadores, espaços para a apresentação de novos talentos e projectos de design, uma cafetaria, uma livraria, uma loja de música, o Cinema Garrett (com filmes e documentários de realizadores portugueses) e um espaço para worshops e conferências. E macréscimo à iniciativa, até certos restaurantes passam a abrir ao almoço de domingo.

adaptado de Time Out

National. vs Pennebaker

Os National envolvem-se em mais um projecto revolucionário, desta vez com D.A. Pennebaker. O autor de películas como Don’t Look Back, clássico de Bob Dylan, Ziggy Stardust And The Spiders From Mars de David Bowie ou 101 dos Depeche Mode vai filmar a banda de Matt Berninger. Como? O velho realizador acompanhará o concerto de recolha de fundos para a Red + Hot Organization na Brooklyn Academy of Music em Nova Iorque no dia 15 de Maio, sendo transmitido em directo pelo YouTube e permanecendo disponível para visionamento durante um mês. domínio.

Novo disco de Antony and the Johnsons



O projecto de Antony Hegarty tem a edição do novo álbum, Sunlights, prevista ainda para este ano. O mês é Outubro e o formato é à escolha, sendo que num o CD surge acompanhado de um livro de 144 páginas com colagens, textos, pinturas e fotografias feitos por Antony.

The Chemical Brothers - Swoon

Já se ouve o primeiro single do novo álbum dos Chemical Brothers, Further, com edição no próximo mês.

domingo, 9 de maio de 2010

O (des)valor da palavra cantada



Com a primeira passagem por Portugal do documentário Strange Powers acerca do compositor, escritor e vocalista Stephin Merritt dos Magnetic Fields, apercebemo-nos de uma malvada realidade: já quase ninguém dá valor à palavra. Isto é, quem sabe quem é Stephin Merritt? Colocado num altar por uns e completamente desconhecido pela maioria, o talentoso artista tem como trunfo o uso brilhante das palavras. Como se não bastasse, a sua voz baixo-barítono profunda acrescenta a cereja agridoce que faltava. Quantos são aqueles que conseguem compor instrumentalmente algo fantástico, recheado de harmonia instrumental acústica onde coabitam tanto guitarras, banjos, violoncelos e violinos como brinquedos que projectam sons estranhos e artificiais e ainda escrever canções intemporais acerca da relação, sexualidade, romance, desilusão, sátira. Há um humor negro em Merritr, terrivelmente assustador e apelativo simultaneamente. Este humor (provavelmente vindo da sua difícil personalidade esquartejada na película) está presente na maioria das músicas dos Magnetic Fields, sendo que estas são expressas habitualmente de uma forma bastante alegre e optimista mas os seus dizeres são de uma sátira, pessimismo e gozo tremendos. Este paradoxo faz com que o grupo não tenha barreiras para a criatividade. Merritt é quem decide e guia o seu rumo e é por isso que lhe são atribuídas as belas obras como 69 Love Songs, I, Distortion ou Realism. A película, filmada a pouco e pouco ao longo de onze anos, foca-se no processo criativo destes álbuns, na influência que tiveram em Merritt e na sua relação com o resto da banda, nomeadamente o amor-ódio com Claudia Gonson. O conceptualismo dos álbuns é uma marca a registar e a mudança rápida e eficaz de estilo em cada um torna a obra ainda mais rica. As palavras de Merritt, a reflexão do seu passado-presente-futuro e a companhia das doces melodias não é um acaso e a ponderação em cada frase é requerida.

Muito bom.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Precisam-se ideias

E ainda no rescaldo de mais um Ignite, preparamo-nos para receber no próximo sábado dia 15 o TEDx Lisboa. "T" de Technology, "E" de Entertainment e "D" de Design são o mote para a exploração formal de ideias a serem apresentadas no Auditório da Faculdade de Ciências da UL (Campo Grande). O "x" é adicionado pelo facto de o evento ser independente. Espera-se, à semelhança de outras cidades, que a audiência seja diversificada (artistas, cientistas, criativos, filantropos, curiosos) dado o esgotamento veloz dos lugares disponíveis para assistir às apresentações do oradores.

Ficam aqui dois dos spots publicitários:





Para ver programa clicar aqui

quarta-feira, 5 de maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

Hurts - Better Than Love

O segundo single de um projecto que está já a tornar-se uma revelação. Em breves meses tê-lo-emos ao vivo.

domingo, 2 de maio de 2010

Out Jazz 2010


O Out Jazz está de volta e com ele uma programação bem recheada de novidades. Para quem não se recorda, esta é uma das iniciativas culturais em época estival mais bem sucedidas da cidade de Lisboa. Consiste numa actuação gratuita de bandas de Jazz, Soul, Funk, Drum n'Bass (enter outros) pelas 17 horas de domingo num jardim diferente em cada mês e seguida de um DJ set ao pôr-do-sol. Assim sendo, decorre ao longo de Maio, Junho, Julho, Agosto e Setembro, a quais correspondem respectivamente os Jardins da Estrela, Campo Grande, Parque Eduardo VII, da Torre de Belém e da Tapada das Necessidades.

Começa já hoje e tem associadas mais marcas que em edições anteriores, principalmente porque se identificam com o espírito do projecto: Go Natural (que vai aproveitar a ocasião para o lançamento de uma nova imagem), Ben&Jerry's, Grupo Sumol/Compal e Vinhos da Defesa (em princípio todas presentes nestes locais para consumo). Outra das novidades é a inclusão do relvado central do Parque Eduardo VII e a extensão do programa a algumas sextas-feiras em praças e miradouros da cidade.
Como habitualmente, o ambiente inclui poufs e guarda-sóis que se enquadram calmamente na paisagem povoada de cidadãos de todos os géneros.

Prevê-se que nos dias 1, 2 e 3 de Outubro tenha uma edição especial e seja pago.