domingo, 25 de maio de 2008

Valor, contexto e arte. Uma questão de enquadramento?

Enviaram-me a meio da noite um email que achei deveras importante passar a ser divulgado. Para que a experiência surta, peço que vejam primeiro o vídeo e de seguida leiam o texto.

Uma manhã como outra qualquer. Um sujeito entra na estação do metro e encosta-se junto à entrada, vestido com jeans, camisa e boné. Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali na hora de ponta. Tocou durante 45 minutos, sendo em todos eles praticamente ignorado pelos que passavam.
Só que este não era apenas mais um comum músico de metro... era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, que executava ali mesmo, na estação de metropolitano, peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713 (3 milhões de dólares). No final, uma atenta fã, a genuína apreciadora, vivendo para os sentidos, reconhece a celebridade, cumprimentando-o e dando-lhe os parabéns.
Alguns dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custaram 1000 dólares.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, telemóvel no ouvido, entre outras actividades rotineiras, indiferentes ao som do magnífico instrumento. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.

Bem, parece que estamos habituados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era grandioso, provavelmente imensas daquelas pessoas teriam dado a alma para ver tal mestria ao vivo, mas numa manhã comum, quem está disposto a dar valor a arte sem etiqueta?

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