segunda-feira, 2 de junho de 2008

Há 10 anos...


Adore, o quarto álbum de estúdio dos Smashing Pumpkins faz hoje precisamente 10 anos. Posso dizer inclusivamente que é o meu álbum favorito, não só da banda, mas de sempre. Compreendo que para a maior parte das pessoas seja um exagero atribuir-lhe a categoria, mas a verdade é que falo por mim, já que o considero extremamente intimista. Quando foi lançado, foi derrubado pela crítica e pelos fãs, já que foi um gelado quebrar da sonoridade grunge e rock que tanto caracterizava a banda de Billy Corgan, James Iha, D'Arcy e Jimmy Chamberlin. O álbum é composto por 16 faixas, das quais a última é muito curta e experimental, sendo as restantes hinos e adorações a pessoas queridas aos autores, ou até mesmo metáforas que aludem ao sentimento de amor, a relacionamentos, etc. Este álbum não contou com a participação de Jimmy, que foi convidado a sair para tratamento de reabilitação por consumo de drogas. A bateria primorosa foi então substituída por sintetizadores e baterias electrónicas. Aqui tem raíz o desgosto geral. Contudo, acho que quase todos ignoraram o sentimento profundo que o registo contém, a melancolia e a ligação da banda ao público que nunca houve anteriormente de forma tão acentuada. Chamam-lhe crú por vezes, delicodoce por outras, meloso algumas e frio e distante noutras. Eu não tenho quase palavras para o descrever, é algo tão extremo, tão humano, que tenho certa dificuldade em passá-lo para interpretação escrita. Cada faixa doi dentro de nós transformando-se na nossa própria dor, a tristeza e malancolia preenche o nosso ego, que por vezes fca também enraivecido. Adore apodera-se das nossas emoções como numa cabine de controlo, pro momentos flutuamos num mundo criado no lado afectivo dos músicos, escutando os seus sentimentos, os seus louvores e dedicatórias aos que amam. O conceito é esmagador: Adore - quem não gostaria de fazer um CD composto por adorações a várias representações que preenchem a sua vida e são vitais para o seu amor? Depois há que considerar...fariam nexo aqui as guitarras grunge e a bateria fervilhante? Obviamente não...o sentimento é intensificado pelo instrumental harmonioso, desconcertante, ternurento, gelado. O piano derrete o gelo criado por parte de certas letras mais emocionais, como por exemplo For Martha, dedicada à mãe de Billy que tinha morrido e Annie-Dog, alusão à droga. A voz de Billy muda um pouco no álbum, fica mais emocionada, mais dolorosa, atingindo o apogeu em certas tracks, pedindo mesericordiosamente uma vida melhor sentimentalmente, que tudo mude nos seus relacionamentos, repudiando até a ideia de compromisso quando doloroso (Daphne Descends, Ava Adore, Tear), nunca deixando de acreditar no amor verdadeiro (Perfect, To Sheila). A humilhação e a vergonha, assim como o arrependimento, são sentimentos que nunca largam Billy, expressando-os nitidamente em Shame, Crestfallen (a meu ver a melhor faixa do álbum) e Pug. O imaginário alusivo das histórias é exposto em Once Upon a Time e The Tale of Dusty and Pistol Pete. Shame é o momento mais desconcertante de todo o álbum...o baixo, as guitarras em aparente desafinação, a bateria marcante, a voz, tudo remete para este sentimento, faz-nos a nós próprios sentir envergonahdos como Billy lamenta. Behold!The Nightmare e Appels+Oranges são momentos musicais que traduzem a impotência perante factores externos, como o mundo em si, o pesadelo, a assombração pelos maus sentimentos, o condicional, a hipótese. Blank Page é a música que mais me tocou até hoje, talvez por causa da minha personalidade, representa uma página em branco como o título diz, onde pode estar inscrita uma nova esperança, uma alteração da ordem natural dos factos. Oiço-a sempre que preciso.
Há outra coisa ainda: o artwork. Nenhum álbum da banda possui algo tão bem conseguido fotograficamente. O cinzento esvaído, o preto e branco com baixo contraste, que torna a alma exposta, como se de um borrão de memória se tratasse, combina belas paisagens onde o vento e a chuva dominam, simbolizando a meu ver todas as emoções arrastadas e sendo fio de ligação do CD à realidade física. A outra dimensão fotográfica é a das fotografias a preto e branco mas com alto contraste, estas que enfatizam cada elemento da banda e esta no seu conjunto, oferecendo destaque aos artistas. Muito bom.

2 de Junho de 1998, data de edição desta maravilha no mundo pouco consistente do lado afectivo. Haverá álbum que exprima o sentimento humano de forma tão intensa? Talvez, não nego, deve haver dezenas talvez. Este apenas surgiu numa altura perfeitamente indicada da minha vida, em que a dúvida existencial me assolava enquanto adolescente. Tdo aliado ao feito de 3 pessoas que deram o seu coração para a concretização, expuseram as suas consciências e concretizaram um sonho, quer do ponto de vista lírico, quer instrumental. Não me venham dizer que não soa a Smashing...mais do que qualquer um dos álbuns, este representa o seu espírito. Bem, adorar, pode ser feito por todos...

1 comentário:

Daniela Quintela disse...

SMASHING PUMPKINS =D
NAO PODIA DEIXAR DE COMENTAR HAHAHAHAA
EU AMOOO SMASHING !KERO O BILLY -.-''
LOOOL


"Eu não tenho quase palavras para o descrever, é algo tão extremo, tão humano, que tenho certa dificuldade em passá-lo para interpretação escrita. Cada faixa doi dentro de nós transformando-se na nossa própria dor, a tristeza e malancolia preenche o nosso ego, que por vezes fca também enraivecido"
SAO as palavras certas :D xD ameiii o post =')

sim o album demostra o sentimento ...o espirito de smashing :D

Mas mm assim a minha musica preferida deles é a "disarm" :D

e dpx é a "tonight tonight" e dpx a "stand inside your love" ..e dpx é a "shame" e dpx é "let me give the world to you" *.* "Mellon Collie and the Infinite Sadness" "Cupid De Locke" *.*
e dpx a "dancing in th moonlight " e dpx "Transformer"
"Bullet With Butterfly Wings"
"Try, Try, Try " "Obscured" A "LUNA" xD x'D ....opah todas !

amo smashing !!! *.*
BILLY MEU CAREQUINHA XD !!!
8)


:$ dsc a euforia xD