sábado, 7 de março de 2009

10 anos após Kubrick


Completam-se hoje 10 anos após a morte repentina do mais visionário realizador de cinema de todos os tempos - Stanley Kubrick.
Nascido em Nova Iorque em 1928, acabou por morrer em Hertfordshire (Reino Unido) em 1999 de enfarte durante o sono. Assim deu por término a vida do génio que poderia ter realizado A.I. - Artificial Inteligence, Lord of the Rings ou o biopic de Napoleão Bonaparte. Ainda assim, nos seus cerca de 50 anos de carreira, Kubrick deixou um legado de apenas 15 filmes, mas que valem por tudo...

Cresceu insolente e começou por ser fotógrafo por iniciativa do pai. ALgum tempo depois teve o seu primeira orçamento para um filme através de rúbricas e decidiu realizar Fear and Desire, que provou estar à altura para um principiante. O perfeccionismo surgiu assim como principal imagem de marca do realizador, que poderia levar exaustivos anos até todos os pormenores de produção e pós-produção de uma película estarem no ponto de evidência. No filme seguinte Killer's Kiss, que lhe custou o matrimónio, Stanley não gostou do resultado - "Não estava perfeito" - e mandou adquirir todas as cópias para destruí-las. Foi no terceiro "Paths of Glory" que se revelou um génio, msotrando a guerra de uma perspectiva completamente distinta do que havia sido feito até à época: o ataque suícida francês à Alemanha ordenado por um general, que usou como bodes expiatórios 3 soldados para o condeno à morte; em que de uma perspectiva anti-bélica, se centrou nod covardes e não nos heróis. A partir daqui, a crítica ficou atenta e NUNCA houve alguma obra sua em que esta tivesse opinião negativa, embora 2001: A Space Odyssey não fosse alvo de grande admiração, mesmo tornando-se depois o maior filme de ficção científica do século. Ainda assim, o americano zangou-se com as produções dos E.U.A. e nomeadamente com Hollywood após Spartacus, produzindo a adaptação do romance Lolita de Nabokov (a paixão de uma adolescente por um homem de meia-idade e exilando-se na Grã-Bretanha, onde viveu sozinho e realizou as suas obras-primas, em que abordou o tema da Desumanização: Dr. Strangelove: or how I learned to stop worrying and love the bomb, 2001: A Space Odyssey, A Clockwork Orange, Barry Lyndon, The Shining, Full Metal Jacket e Eyes Wide Shut. Uma sátira à guerra nuclear, uma ficção científica visionária sobre a ida ao espaço, uma lição de moral de humor negro sobre a natureza do bem e do mal no ser humano, um monumental filme de época sobre um personagem em ascensão e queda, uma perspectiva mais realista sobre todo o processo de guerra no Vietname e um thriller psico-sexual que questiona os limites do imaginário, do amor, do prazer e do instinto. Em todos havia algo em comum com as personagens...um processo gradual de desintegração psicológica que muitas vezes as conduz à loucura. Deste modo, Kubrick teve sérios problemas com a maior parte dos actores, uma vez que não queria que eles se limitassem a decorar e memorizar, mas repetindo as cenas o tempo necessário até que encarnassem o seu papel. Um dos aspectos comuns era ainda a música clássica, que foi burscar a compositores como Rossini, Strauss, Beethoven e muitos mais e que deram aos filmes, um carácter de interpretação completamente diferente, cultivando mesmo até o gosto conjunto por ambas as coisas. Foi nomeado para 12 Oscars enquanto realizador, produtor e argumentista, tendo vencido apenas o Oscar de Melhores Efeitos Especiais por 2001: A Space Odyssey, acreditando-se ter base no seu "arrufo" com a academia.

Mesmo assim, Stanley Kubrick conseguiu-se tornar num dos realizadores de cinema mais importantes da história, dando origem a trabalhos tão singulares, que na maior parte das vezes foram censurados em inúmeros países, não divulgados ou simplesmente deitados abaixo, mas que pelo seu carácter visionário e realista, são ainda hoje obras actuais e eternas, que inspiram gerações e gerações e ajudam à compreensão da vida e do ser humano de um modo muito distintivo.

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