segunda-feira, 6 de abril de 2009
Nova nuvem no céu londrino
"O atelier SANAA (equipa que está a projectar a extensão do Museu Serralves) foi este ano o escolhido para projectar em solo inglês o Pavilhão de Verão da Galeria Serpentine, um dos maiores acontecimentos arquitectónicos mundiais. Depois de Frank O'Ghery (2008), Olafur Eliasson e Kjetil Thorsen (2007), Rem Koolhaas (2006), Siza Vieira e Souto Moura (2005), MRVD (2004), Oscar Nyemeier (2003), Toyo Ito (2002), Daniel Liebskind (2001) e Zaha Adid (2000) chega a vez da dupla de arquitectos coordenada por Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa.
Esta é uma iniciativa anual e única no mundo: arquitectos famosos e que até à data não tenham obra em solo inglês são convidados a projectar um pavilhão temporário que permanece durante o Verão no Hyde Park, Jardins de Kensington, ao lado da Galeria Serpentine. A concepção não tem limite de construção ou custo e é suportada por patrocinadores. Finda a exposição, o pavilhão é desmontado, posto à venda e reconstruído noutro local.
O conceito do Pavilhão de Verão é promover uma exposição de arquitectura com um objecto real, que desencadeie pensamentos e debates, além de albergar eventos que a Galeria Serpentine não possa comportar. Durante o dia funciona como café e pela noite acolhe debates, exibição de filmes e concertos. Tal como acontece nas obras de artes plásticas exibidas pela Serpentine, pretende-se que o pavilhão seja inovador e aponte novos caminhos à arquitectura.
Este ano, o pavilhão concebido pelos arquitectos japoneses é imaterial e etéreo: "O pavilhão, em alumínio, flutua, esgueirando-se livremente entre as árvores como fumo. O suporte reflectivo ondula pelo sítio, expandindo o parque e o céu. A sua aparência muda com o tempo, permitindo que se misture com a envolvente. Funciona como um campo de actividades mas sem paredes, permitindo vistas que se estendem ininterruptamente pelo parque, encorajando o acesso através dos seus múltiplos lados. É uma protecção estendida do parque onde as pessoas possam ler, relaxar e usufruir de agradáveis serões nocturnos" refere o atelier SANAA.
Enquanto forma, o pavilhão encontra-se perto da ideia de nuvem ou fumo, uma massa construída leve e praticamente transparente, que flutua dentro do parque. De forma a enfatizar a sua leveza, foi concebida com diferentes alturas, porque tanto está acima da copa das árvores ou a esgueirar-se entre elas, próxima dos utilizadores ou a rasar o chão. Construtivamente e estruturalmente, esta solução é possível graças à utilização de uma estrutura metálica de finíssimas colunas, muitas delas dissimuladas nas árvores, e a uma cobertura triangulada que varia em altura de acordo com a dimensão das colunas. Irão ser utilizados materiais translúcidos ou reflectivos, como vidro, acrílico ou espelho.
O resultado permite múltiplos jogos de luz e sombra, alteração da percepção dos espaços interiores e exteriores através de uma membrana que se assemelha a um véu ilusório, e equacionar a arquitectura enquanto realidade virtual, em oposição à materialidade, temas recorrentes na obra desta equipa japonesa."
adaptado de DN-Artes
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