sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Bolañomania


Desde o ano passado que a crítica dos suplementos literários dos jornais de referência americanos e ingleses começou num non-stop de elogios a uma obra com cerca de mil páginas acabada de publicar, com o bizarro título 2666. O escritor do livre tinha naturalidade chilena e era praticamente desconhecido.

Hoje em dia metade do mundo da literatura sabe o nome de Roberto Bolaño. A sua recente obra foi já colocada por vários no altar de "o primeiro grande romance do século XXI", sendo inclusivamente já equiparado a autores como Proust, Musil ou Joyce. A verdade é que a dimensão deste sucesso se consegue ver por exemplo, nas traduções que já tem conquistado. Se soubermos que menos de 5% da literatura de língua inglesa é traduzida, conseguimos perceber melhor que para um livro vindo do Chile em castelhano, este sucesso é estrondoso. Se o autor não tivesse morrido em Barcelona em 2003, provavelmente teria já uma grande colecção de prémios.

É amanhã que esta obra monumental dividida em cinco grandes partes chega às livrarias do nosso país. Hoje a Livraria Ler Devagar tem a iniciativa de dar a conhecê-la através de leituras suas por Soraia Chaves, Carla Bolito, António Pedro Vasconcelos, José Eduardo Agualusa, Tiago Gomes e Carlos Vaz Marques e análise crítica de José Mário Silva, ao som de mariachis e ao gosto de margaritas, shots e acepipes mexicanos.

Sinopse:
O que liga os quatro germanistas europeus (unidos pela paixão física e pela paixão intelectual pela obra de Benno vo Archimboldi) ao repórter afro-americano Oscar Fate, que viaja até ao México para fazer a cobertura de um combate de boxe? O que liga este último a Amalfitano, um professor de filosofia, melancólico e meio-louco, que se instala com a filha, Rosa, na cidade fronteiriça de Santa Teresa? O que liga o forasteiro chileno à série de homicídios de contornos macabros que vitimam centenas de mulheres no deserto de Sonora? E o que liga Benno von Archimboldi, o secreto e misterioso escritor alemão do pós guerra, a essas mulheres barbaramente violadas e assassinadas? 2666. Para se ler sem rede - como num sonho em que percorremos o caminho que nos poderá levar a todos os sítios possíveis.

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