sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A Dança dos Paroxismos


Eram 22.00h no cinema São Jorge. O filme A Dança dos Paroxismos (emprestado pela Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema) de Jorge Brum de Canto começa a ser projectado e com o seu início ouve-se o som de uma banda sonora...Esta, foi criada propositadamente pela colaboração do "faz-tudo" Paulo Furtado com Rita Redshoes. O convite foi feito ao Legendary Tiger Man pela organização do MoteLx e pelo que se viu, uma boa opção. O som encaixava perfeitamente no filme vanguardista. Linhas de cordas soltas e repetidas de guitarra em ambiência, entrecruzadas por um teclado compassado e que por vezes ganhava um novo rumo, aproximando-se do piano clássico. Batidas suaves e adequadas e sons de ambiente, inesperadamente não tardaram a completar o som. A banda sonora teve em atenção cada segundo do filme e cada troca de planos, pelo que se pode afirmar um bom trabalho. Não terá sido fácil fazê-lo para esta complexa película vanguardista dos finais da década de '20. Os planos em que se filmava a natureza, as faces humanas em tempo mais do que o normal, os gestos e o horizonte eram intercalados com as legendas de filme mudo que naquela época nos eram apresentadas. Surpreendente era a actualidade e beleza das técnicas, que nos fazem apaixonar pelo cinema daquele género e até daquele tempo. A busca, amor e profecia do cavaleiro (interpretado pelo próprio realizador), não tardaram a encontrar um público muito devoto.

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