sábado, 28 de fevereiro de 2009
Ondine por Kjartan
O realizador Neil Jordan convidou Kjartan Sveinsson, teclista/pianista da banda islandesa Sigur Rós, para compor a banda sonora do seu novo filme Ondine. O músico aceitou e a banda sonora irá ainda conter algumas músicas do grupo.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Semi-finalista português na mega-orquestra YouTube
O jovem Tiago Santos (20 anos), estudante de Música na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, está entre os semi-finalistas do projecto YouTube Symphony, que está já na fase final do recrutamento. Foi assim, o único português a chegar à presente fase do recrutamento que até esta semana permitia votar on-line nos candidatos favoritos.
Os finalistas que integrarão a orquestra com estreia marcada para a emblemática sala nova-iorquina Carnegie Hall (15 Abril) serão revelados a dia 2 de Março, segunda-feira.
Os finalistas que integrarão a orquestra com estreia marcada para a emblemática sala nova-iorquina Carnegie Hall (15 Abril) serão revelados a dia 2 de Março, segunda-feira.
Música vs Política
Os nova-iorquinos MGMT decidiram processar o presidente francês Nicolas Sarkozy por uso ilegal e abusivo do seu tema "Kids" no congresso anual da União por um Movimento Popular (UMP), partido do chefe de estado, após uma indecente proposta de 1€ indemnização sugerida pelo mesmo. A música foi não só usada no congresso em Janeiro, como também posteriormente em dois vídeos publicados on-line.
"A oferta desrespeita os direitos dos artistas e autores. É um insulto. Trata-se de contrafacção e violação de propriedade intelectual", afirmou a advogada contratada Isabelle Wekstein.
"A oferta desrespeita os direitos dos artistas e autores. É um insulto. Trata-se de contrafacção e violação de propriedade intelectual", afirmou a advogada contratada Isabelle Wekstein.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Placebo em Portugal
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Leilão de Yves Saint Laurent e Pierre Bergé é leilão do século
O leilão da colecção privada de arte de 730 obras do estilista Yves Saint Laurent e do empresário Pierre Bergé em Paris foi um record e vendas, estimando-se 206 milhões de euros comprados só ontem à tarde. A sessão contou com mais de 30 mil compradores de França e de todo o mundo, que esperaram mais de quatro horas para admirar as obras em leilão. Record pois ultrapassou largamente o valor que a colecção de Victor e Sally Ganz atingiu em Nova Iorque (1997): 163 milhões de euros.
"Les coucous, tapis bleu et rose" de Matisse foi vendido por 32 milhões de euros, verdadeiro record mundial para a pintura francesa. Já na escultura, "Madame L.R", de Constantin Brancusi, rendeu mais de 29 milhões de euros. "Composition avec bleu, rouge, jaune et noir" de Piet Mondrian rendeu mais de 19 milhões de euros e "Le désespoir de Pierrot" de James Ensor foi vendido por 4,4 milhões de euros.
O quadro "Instruments de musique sur un guéridon" de Picasso, apresentado como a grande obra do leilão, não teve contudo compradores que chegassem à licitação mínima, sendo vendido por 21 milhões de euros.
O estado francês comprou três obras:
- Um quadro de Giorgio de Chirico por cerca de 10 milhões de euros
- Um quadro de Edouard Vuillard por 320 mil euros
- Um quadro de James Ensor por 480 mil euros.
Assim, as licitações continuam hoje com obras do século XIX e amanhã com arte asiática.
Grace/Wastelands já no início de Março
O primeiro álbum a solo do insólito Pete Doherty (Babyshambles e The Libertines) sai já no dia 16 de Março. Após um longo tempo de espera e algumas exigências da editora, o registo que dá pelo nome de Grace/Wastelands, parte composto em Portugal, tem já um single com direito a videolip:
"Last of the English Roses"
O álbum terá como alinhamento:
1. Arcadie
2. Last Of The English Roses
3. 1939 Returning
4. A Little Death Around The Eyes
5. Salome
6. I Am The Rain
7. Sweet By And By
8. Palace Of Bone
9. Sheepskin Tearaway
10. Broken Love Song’
11. New Love Grows On Trees
12. Lady, Don’t Fall Backwards
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
81st Oscars - 2009 - Vencedores
Com oito Oscars ganhos, Slumdog Millionaire foi o filme da noite. Será, contudo, o filme do ano? Na minha humilde opinião, não. Não é de todo melhor que os seus concorrentes, apenas provém da desejada fusão de Hollywood com Bollywood, que pode vir trazer bastantes frutos económicos à 7ª Arte no futuro...
A promessa de uma gala com diferente formato pela Academia foi de facto cumprida e pudémos ser presenteados com um original espectáculo que fundiu tanto o bom gosto como a perfeição técnica e o humor. Para começar, a alteração do apresentador para Hugh Jackman foi pertinente, dado que o australiano deu bastante espectáculo, não só com a sua apresentação e piadas, mas também com dança, canto e teatro. Em várias ocasiões o observámos em acção, como objecto de elevada organização artística e talento. Para além disso, a forma de apresentação dos prémios aos actores superou as expectactivas: era precedida de um breve video onde eram mostrados prémios de anos anteriores a actores de várias gerações, dos quais eram escolhidos 5 para apresentar a nomeação de cada um dos 5 actores deste ano. Outra revelação foi a escolha de cenários, nomeadamente dos galardões da parte técnico-visual. O espectáculo de apresentação dos prémios relacionados com a música misturou a voz de John Legend com a dança indiana de Slumdog Millionaire. Como empre, houve inesperadas reacções dos vencedores.
O Japão levou assim dois Oscars para casa. The Curious Case of Benjamin Button apenas levou 3, relacionados com a edição visual e artística, bem merecidos, mas insuficientes. O filme é um obra-prima da actualidade, para além da primorosidade técnica, provém de uma adaptação que faz reflectir sobre a existência e as relações humanas de uma forma bem diferente, enquanto nos é relatada uma ficção bastante elucidativa e original. Digamos assim, revolucionou o cinema digital como o conhecemos e veio trazer originalidade ao mundo da América-tipo. Bem, Milk foi o inesperado vencedor da noite e arrecadou o merecido Oscar de Melhor Actor para o multifacetado Sean Penn, congratulação pelo seu papel de político homossexual e o Oscar de Melhor Argumento Original, pelo qual o argumentista agradeceu e fez um apelo à comunidade pelos direitos civis dos homossexuais. Kate Winslet encerrou assim a grande vaga de prémios recebidos pelo seu trabalho em 2008, derrubando presenças imponentes como Merryl Streep. Como não poderia deixar de ser, Wall-E ganhou o Oscar de Melhor Animação,
Melhor Filme
Slumdog Millionaire
Melhor Actor Principal
Sean Penn (Milk)
Melhor Actriz Principal
Kate Winslet (The Reader)
Melhor Realizador
Danny Boyle (Slumdog Millionaire)
Melhor Filme Estrangeiro
Departures (Japão)
Melhor Canção
Slumdog Millionaire
Melhor Banda Sonora
Slumdog Millionaire
Melhor Montagem/Edição
Slumdog Millionaire
Melhor Mistura de Som
Slumdog Millionaire
Melhor Edição de Som
The Dark Knight
Melhores Efeitos Visuais
The Curious Case of Benjamin Button
Melhor Curta-Documentário
Smile Pinki
Melhor Documentário
Man on Wire
Melhor Actor Secundário
Heath Ledger
Melhor Curta-Metragem
Spielzeugland
Melhor Fotografia
Slumdog Millionaire
Melhor Maquilhagem
The Curious Case of Benjamin Button
Melhor Guarda-Roupa
A Duquesa
Melhor Direcção Artística
The Curious Case of Benjamin Button
Melhor Curta-Metragem Animação
La Maison en Petits Cubes
Melhor Filme Animação
Wall-E
Melhor Argumento Adaptado
Slumdog Millionaire
Melhor Argumento Original
Milk
Melhor Actriz Secundária
Penélope Cruz
A promessa de uma gala com diferente formato pela Academia foi de facto cumprida e pudémos ser presenteados com um original espectáculo que fundiu tanto o bom gosto como a perfeição técnica e o humor. Para começar, a alteração do apresentador para Hugh Jackman foi pertinente, dado que o australiano deu bastante espectáculo, não só com a sua apresentação e piadas, mas também com dança, canto e teatro. Em várias ocasiões o observámos em acção, como objecto de elevada organização artística e talento. Para além disso, a forma de apresentação dos prémios aos actores superou as expectactivas: era precedida de um breve video onde eram mostrados prémios de anos anteriores a actores de várias gerações, dos quais eram escolhidos 5 para apresentar a nomeação de cada um dos 5 actores deste ano. Outra revelação foi a escolha de cenários, nomeadamente dos galardões da parte técnico-visual. O espectáculo de apresentação dos prémios relacionados com a música misturou a voz de John Legend com a dança indiana de Slumdog Millionaire. Como empre, houve inesperadas reacções dos vencedores.
O Japão levou assim dois Oscars para casa. The Curious Case of Benjamin Button apenas levou 3, relacionados com a edição visual e artística, bem merecidos, mas insuficientes. O filme é um obra-prima da actualidade, para além da primorosidade técnica, provém de uma adaptação que faz reflectir sobre a existência e as relações humanas de uma forma bem diferente, enquanto nos é relatada uma ficção bastante elucidativa e original. Digamos assim, revolucionou o cinema digital como o conhecemos e veio trazer originalidade ao mundo da América-tipo. Bem, Milk foi o inesperado vencedor da noite e arrecadou o merecido Oscar de Melhor Actor para o multifacetado Sean Penn, congratulação pelo seu papel de político homossexual e o Oscar de Melhor Argumento Original, pelo qual o argumentista agradeceu e fez um apelo à comunidade pelos direitos civis dos homossexuais. Kate Winslet encerrou assim a grande vaga de prémios recebidos pelo seu trabalho em 2008, derrubando presenças imponentes como Merryl Streep. Como não poderia deixar de ser, Wall-E ganhou o Oscar de Melhor Animação,
Melhor Filme
Slumdog Millionaire
Melhor Actor Principal
Sean Penn (Milk)
Melhor Actriz Principal
Kate Winslet (The Reader)
Melhor Realizador
Danny Boyle (Slumdog Millionaire)
Melhor Filme Estrangeiro
Departures (Japão)
Melhor Canção
Slumdog Millionaire
Melhor Banda Sonora
Slumdog Millionaire
Melhor Montagem/Edição
Slumdog Millionaire
Melhor Mistura de Som
Slumdog Millionaire
Melhor Edição de Som
The Dark Knight
Melhores Efeitos Visuais
The Curious Case of Benjamin Button
Melhor Curta-Documentário
Smile Pinki
Melhor Documentário
Man on Wire
Melhor Actor Secundário
Heath Ledger
Melhor Curta-Metragem
Spielzeugland
Melhor Fotografia
Slumdog Millionaire
Melhor Maquilhagem
The Curious Case of Benjamin Button
Melhor Guarda-Roupa
A Duquesa
Melhor Direcção Artística
The Curious Case of Benjamin Button
Melhor Curta-Metragem Animação
La Maison en Petits Cubes
Melhor Filme Animação
Wall-E
Melhor Argumento Adaptado
Slumdog Millionaire
Melhor Argumento Original
Milk
Melhor Actriz Secundária
Penélope Cruz
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Fleet Foxes - Mykonos
Retirado do EP Sun Giant lançado há um ano, antes do álbum na data de edição mas posterior em produção. A animação do videoclip está a cargo de Sean Pecknold, o irmão do vocalista da banda - Robin Pecknold -.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
O Visitante
A "ovelha ranhosa" dos Óscares estreia hoje. Richard Jerkins está nomeado para Melhor Actor, ver para crer? Mais um mito urbano que traduz a predisposição da sociedade norte-americana.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Sofia Escobar vence em Londres
A actriz portuguesa de 28 anos, natural de Guimarães, venceu o prémio de Melhor Actriz de Teatro Musical do portal britânico What's on Stage pela sua performance em "West Side Story", que estreou no Sadler's Wells (Londres). Sofia estudou música e interpretação em Guimarães, ingressando depois na escola de artes londrina Guildhall.
André Fernandes toca "Imaginário"
Na próxima terça pelas 21:30, o Culturgest em Lisboa vai receber o guitarrista André Fernandes, que irá apresentar ao vivo o seu novo álbum Imaginário, sucessor de Cubo (2007). Fernandes vem acompanhado de Mário Laginha no piano, Nelson Cascais no contrabaixo/baixo eléctrico e Alexandre Frazão na bateria. Como convidados surgem Bernardo Sassetti e DJ Ride.
The Cinematic Orchestra em Portugal
59º Berlinale - Vencedores e Homenagem
O júri do 59º Festival de Berlim, presidido pela actriz inglesa Tilda Swinton, atribuíu o Urso de Ouro a um filme peruano: La Teta Assustada (The Milk of Sorrow), realizado por Claudia Llosa. O título remete para o medo que as gerações presentes de mulheres sentiam das violações ocorridas num período da história do Perú bastante negro (1980 - 2000), que herdaram das suas mães, tratando o argumento das marcas deixadas pelo terrorismo. O Urso de Prata/Grande Prémio do Júri foi atribuído ex-aequo a Alle Anderen, de Maren Ade (Alemanha), e Gigante, de Adrián Biniez (Uruguai).
"A estreia de Singularidades de Uma Rapariga Loura, filme mais recenete de Manoel de Oliveira, no festival foi antecedida de uma homenagem ao realizador com a Berlinale Kamera, prémio atribuído a cineastas com cforte ligação ao certame.", adaptado de Expresso
"A estreia de Singularidades de Uma Rapariga Loura, filme mais recenete de Manoel de Oliveira, no festival foi antecedida de uma homenagem ao realizador com a Berlinale Kamera, prémio atribuído a cineastas com cforte ligação ao certame.", adaptado de Expresso
sábado, 14 de fevereiro de 2009
52º World Press Photo - 2008 - vencedores
A fotografia da edição deste ano que assegura o primeiro lugar no pódio é da autoria de Anthony Suau e foi publicada na Time. É visível um detective numa casa em Cleveland, Ohio, que verifica numa casa se os seus residentes anteriormente expulsos, não permanecem no seu interior.
Para ver os outros vencedores, clicar aqui
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Anúncio Shelter
Um grafismo bastante interessante para algo tão computadorizado. Uso de "Videotape" dos Radiohead e da voz de Samantha Morton, actriz principal de In America e Control.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Regresso de Muse
Após uma passagem que deixou marcas em Portugal, todos ficaram com grande expectativa sobre a data de lançamento do novo álbum dos Muse, cuja gravação foi interrompida pelo evento anteriormente descrito. A editora afirmou que o quinto álbum chegará em Setembro e que dará origem a uma digressão europeia.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Mogwai - Gigantes Intimistas
A Aula Magna é já conhecida entre o público lusitano por estar a cargo dos grandes espectáculos intimistas. Acontece que os escoceses Mogwai seriam uma causa improvável de espectáculo deste teor. Post-rock epopeico e apoteótico-melancólico com cunha de agressividade não seria aquilo de esperar fazer soar pelas nobres paredes da sala de conferências e espectáculos da Universidade de Lisboa. Mas nem tudo tem que ser linear, a sala aconchegante e praticamente esgotada permitiu desde logo que o público se respeitasse, permanecendo sentado e não emitindo qualquer som durante as músicas, deixando-se progressivamente levar pelo conteúdo instrumental das músicas até à libertação do espírito atormentado de um final de semana de preocupações. Os Errors, conterrãneos da banda, abriram o seu concerto com uma excelente performance, induzindo qualquer um no mundo da melodia abstracta e sem conteúdo lírico. Apelaram a atenção do público para o seu merchandising e deram lugar às estrelas da noite. Entraram de súbito e cumpriram a sua promessa: apresentar o último álbum The Hawk is Howling, do qual foram retiradas a maior parte das faixas tocadas ao longo das duas horas e quinze minutos de concerto. Enchendo a atmosfera de fumo por forma a adensá-la e mistificá-la, iniciaram-no com a introdução "I'm Jim Morrisson, I'm Dead", na qual o piano desempenhou papel fulcral. Ao longo do espectáculo doi ajudado ou substituído sempre pela densidade das guitarras, pelo baixo e bateria sincronizados ao milésimo e pedais, inclusivamente de voz. Etre as outras composições tocadas deste álbum encontram-se "The Precipice", "Scottland's Shamme", "I Love You, I'm Going To Blow Up Your School", "Thank You Space Expert" (momento mais calmo da noite) e a conclusão antes do encore com "Batcat", o single de avanço, que formou uma sequência continuada desde "Like Herod". Contudo, pode dizer-se que o momento da noite chegou com "Friend of the Night" de Mr. Beast, onde o delicado toque do piano era completado pela harmoniosa composição das cordas e fez rever tantos estados de espírito de uma só vez. Outros dos temas a destacar foram "Yes! I Am a Long Way From Home" e "Mogwai Fear Satan" de Yong Team. Voltaram para um encore, onde tocaram "The Precipice" e "2 Rights Make 1 Wrong", adicionando mais um "Obrigado!" bem pronunciado. "Hunted By a Freak" fez recordar "Happy Songs For Happy People", enquanto que "Ithica 27ϕ9" e "Helicon 1" faziam a Aula Magna se desintegrar em pequenas partículas com a distorção inebriante das guitarras.
Em suma, o espectáculo foi de uma grande intimidade e instensidade na medida em que o público pode contemplar os seus sentimentos intrínsecos e talvez não partilháveis, sobre a forma de música tocada com enorme profundidade e precisão. Talvez seja por isso que não tenha sido muito comum. Quem assistiu deparou-se com a sua própria consciência e estado de espírito, resvalando para o campo do incomum e sendo tocado não só pela música melancólica, agressiva, profunda, calma e bela dos Mogwai, mas também pelo seu espectáculo a nível visual. Focos e tonalidades quer frias, quer quentes iluminavam não só o seu campo de acção, mas também a plateia, existindo alturas em que uma cegueira momentânea assolava a sala, não se distinguindo a realidade do virtual.
Em suma, o espectáculo foi de uma grande intimidade e instensidade na medida em que o público pode contemplar os seus sentimentos intrínsecos e talvez não partilháveis, sobre a forma de música tocada com enorme profundidade e precisão. Talvez seja por isso que não tenha sido muito comum. Quem assistiu deparou-se com a sua própria consciência e estado de espírito, resvalando para o campo do incomum e sendo tocado não só pela música melancólica, agressiva, profunda, calma e bela dos Mogwai, mas também pelo seu espectáculo a nível visual. Focos e tonalidades quer frias, quer quentes iluminavam não só o seu campo de acção, mas também a plateia, existindo alturas em que uma cegueira momentânea assolava a sala, não se distinguindo a realidade do virtual.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Yann Tiersen em Portugal
The Walkmen - Four Provinces
O teledisco do terceiro single de "You & Me" foi feito em stopmotion com base em fotografias captadas no Nepal.Foi realizado por Bruno Levy, fotógrafo e realizador nova-iorquino conhecido pela produção d' A Residência Espanhola (2002).
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Record Store Day
É uma inovadora iniciativa e traz-nos a sua segunda edição no dia 18 Abril, isto porque durante todo o dia lojas indie dos EUA, Canadá e uma da Itália e Irlanda estarão em rende através de um site, para promover o seu espaço com lançamentos de discos especiais, edições limitadas e autografada, entre outros. Beck e Sonic Youth já deram o seu contributo: edição de 2500 cópias de um single em vinil onde Beck apresenta uma versão de "Green Light" dos Sonic Youth e estes por sua vez, uma de "Pay No Mind" de Beck, apenas disponíveis nesta rede.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Kaiser Chiefs ou uma explosão?
Era uma dia cinzento, frio e normal nesta época do ano. Resmas de fãs aguardavam desde o almoço na entrada do Coliseu dos Recreios. A maior parte esam adolescentes, até que a meio da tarde começou a chegar gente de todas as idades. Muitos dos que ali estavam eram já devotos dos Kaiser Chiefs desde o seu começo no início da década, outros tinham simplesmente sido conquistados no Rock in Rio. A premissa era a mesma: ver a explosiva banda de Leeds actuar em solo lisboeta. Após uma conflituosa primeira parte a cargo dos impronunciáveis escoceses Dananananakroyd, que fizeram todos abraçar-se e compactar-se até ao limite, as luzes apagam-se e começa a soar a introdução da digressão de Off With Their Heads, último registo dos Kaiser Chiefs. Recebidos com extrema euforia, iniciam aquele que iria ficar marcado como o primeiro grande espectáculo do ano com "Spanish Metal". De seguida vêm os êxitos "Everyday I Love You Less and Less", responsável pelo conhecimento da banda pelo público aquando da edição de Employment e "Everything Is Average Nowadays". Ricky Wilson saúda o povo e brinca um pouco. A aventura por Yours Truly, Angry Mob continua com "Heat Dies Down". Anunciando uma composição mais recente, "You Want History" é tocada com euforia e precisão, avisando com a sua letra os fãs que os Kaiser Chiefs tão cedo não deixam a temática socio-laboral, cultural e romântico-satírica. Numa altura em que todos já estão suficientemente quentes, tem início a gingona "Ruby", com direito a palco iluminado de vermelho, assim como as cortinas do Coliseu. Dos clássicos salientam-se "I Predict a Riot", "The Angry Mob", "Modern Way" e "Na na na na naa". Relembrando a sua estadia em Portugal há três dias, Ricky Wilson afirma que "There were three good days", tendo início o último single "Good Days, Bad Days". "Never Miss a Beat" teve direito a um coro ainda mais saliente que nas outras músicas, confirmando-se a devoção lusitana pelo novo álbum e sendo "Half the Truth" e "Can't Say What I Mean" igualmente bajuladas. Para mim a noite teve dois grandes pontos altos. O primeiro foi "Take My Temperature", que faz parte de um EP lançado pela banda no Japão, teve toques experimentais no meio e levou o público ao rubro, não só com as acrobacias de Ricky e o seu comando das reacções do público com gestos, mas pela atmosfera alucinante criada pela própria composição instrumental e lírica - elevou de facto a temperatura -. O segundo foi com "Tomato in the Rain", novo tema que os ingleses ainda não tinham tocado ao vivo e que aguardavam com ansiedade pela reacção do público. Esta é a música que conseguiu provar que é possível misturar características dos anos 60, 70, 80 e 00 numa só composição e o melhor de tudo é ver que realmente há quem aprecie este resultado tão bem conseguido. O facto de ser uma fusão de balada com toques de experimentalismo fez o público embrenhar numa onda mais afectiva e belançar-se ao som da letra melancólica, mas como sempre, com aspectos brincalhões. Pode dizer-se que segundo a reacção do público, esta passará a fazer parte das setlists oficiais. O final fez-se com o sucesso de "Oh My God", uma das pioneiras canções dos Kaiser Chiefs, que teve direito a alterações a nivel experimental e uma grande duração, o que levou o público ao êxtase, experimentando mais uma vez aquela que seria a alegria final do momento. Anunciando ao microfone durante a música, Ricky gritou o nome da banda com orgulho e informou que estariam de volta a Portugal no Verão. Durante todo o concerto, não houve um só momento que Wilson não parasse quieto. Desde saltos acrobáticos e mortais a incursões pela plateia, passando por batidas, dança e frenesim, o vocalista conquistou ainda mais os portugueses, o mesmo se podendo dizer de Andrew White, Nick Hogson, Simon Rix ou Peanut, que embora menos mexidos, foram vitais para todo o o espectáculo. Houve inclusivamente um parte em que alguém relacionado com Peanut (um tal de Chris) teve direito aos parabéns, pois fazia anos naquele dia. Assim sendo, pode inferir-se que a diferença entre uma explosão e os Kaiser Chiefs em palco está no pulsar humano e na alegria eléctrica e louca das músicas e... deles próprios!
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