80ª Feira do Livro de Lisboa

No habitual Parque Eduardo VII tem hoje início a 80ª edição da Feira do Livro de Lisboa, a primeira desde a fusão da União de Editores Portugueses e da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros. Este ano a APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros) decidiu elevá-la a um patamar mais alto que uma simples venda de livros, apostando num programa repleto de eventos culturais diários e num maior número de espaços lúdicos e iniciativas para oo público. Uma delas é a Happy Hour - Hora H, a decorrer entre segunda e quinta-feira das 22.30 às 23.30, e na qual as obras com mais de 18 meses de preço fixo ficam sujeitas a descontos da ordem dos 50%. Outras são por exemplo os concertos, a terem lugar diariamente pelas 21.45h e englobando géneros musicais como o jazz (actuação do septeto do ardido Hot Club Portugal), a música clássica, os blues ou a música brasileira. Assim o horário da feira fica alargado e é possível "apanhar" os 236 pavilhões do evento das 12.30-23.30h até dia 16 de Maio.
Uma das praças da feira é dedicada à Câmara Municipal de Lisboa paraa actividades das bibliotecas e editoras municipais. A APEL está ainda encaregue de auditorias diárias às instalações da feira, visando o cumprimento das regras de participação por parte dos editores.

Entre os escritores convidados este ano encontram-se António Lobo Antunes, Sveva Casati Modignani, Romana Petri, Mário Zambujal, Luís Sepúlveda, entre outros.

Um novo acordar

O dia 25 de Abril é símbolo de liberdade em Portugal. É nesta data que o projecto Catarse, composto por Vítor Costa e João Rorigues (para os quais este símbolo é um mote), decide editar on-line o seu primeiro EP, após três anos de formação actual. Chama-se Alarm Clock e como o nome indica trata de um novo acordar sobre a música acústica e poética. O conjunto de músicas escolhidas, embora em inglês (o duo tem muitas canções portuguesas) têm uma interessante simbologia que a cada curto minuto tenta invadir a mente do ouvinte. Entre as três faixas cantadas, encontram-se dois interlúdios, uma introdução e uma conclusão, recheados de encadeamentos de guitarra, composições de melódica e apaziguamentos vocais. No myspace do projecto pode fazer-se download do EP, que traz um bónus de artwork produzido por Daniela Gigante onde constam fotografias relacionadas com cada música e donas da pequena adaptação visual e mental tida ao acordar. é possível ler também um texto de apresentação do álbum como entrada no blog para melhor compreensãod a sua intenção.

Os "outros" melhores filmes do ano

Em entrevista à Ípsilon, Nuno Sena, um dos programadores do IndieLisboa, define o festival como "Os melhores filmes do ano em versão alternativa". E a verdade é esta, sem tirar nem por. A 7ª edição do Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa conta em 2010 com uma das programações mais ricas que já teve. O segredo? Talvez a escassez de grandes nomes por entre os convidados. Isso faz com que a concentração nas obras seleccionadas seja maior e com grande foco para o público.

Começa hoje com Fantasia Lusitana de João Canijo (pela primeira vez um filme protuguês) e tem pelas 19.00h inauguração definitiva com a película Greenberg de Noah Baumbach, realizador fortemente aclamado pela sua longa-metragem A Lula e a Baleia. Prolonga-se até 2 de Maio nos cinemas cinemas Londres, Classic Alvalade e São Jorge e nos dois auditórios da Culturgest. Podemos ainda definir o IndiLisboa10 como uma compilação do melhor que correu pelos Festivais Internacionais de Cannes, Veneza, Berlim, Turim ou Montreal, sumarizando um cinema mundial e não apenas americano ou inglês/europeu. Algumas das películas ainda estrearão em circuito comercial, mas a maior parte tem mostragem única no festival para só voltar (na melhor das hipóteses) em DVD.

Dos autores mais reconhecidos chegam-nos na secção Observatório The Bad Lieutenant: Port Of Call Nwq Orleans e My Son, My Son, What Have Ye Done, ambos de Werner Herzog; Napoli, Napoli, Napoli de Abel Ferrara e ainda Accident de Cheang Pou-Soi. No Cinema Emergente temos destaque para o premiado Lebanon em Veneza, de Samuel Maoz; Beeswax de Andrew Bujalski; Burrowing de Henrik Hellström e Fredrik Wenzel e o bizarro Humpday de Lynn Shelton. Na Competição Internacional as propostas mais aliciantes são para o Estado d'Arte La Bocca Del Lupo de Pietro Marcello, Guerra Civil de Pedro Caldas, La Mujer Sin Piano de Javier Rebollo e The Robber de Benjamin Heisenberg.

Também no IndieJunior e no Indie Music encontramos frescas novidades. No primeiro, a originalidade de 9 ganha par com a animação japonesa de Imaishi ou Katayama, existindo ainda vários workshop pelos dias do programa. No segundo, há documentários-filme sobre os Doors, Stephin Merritt (Magnetic Fields), Leonard Cohen, Villalobos ou o famoso festival All Tomorrow's Parties. Há ainda documentários produzidos pelo Music Box que incidem sobre J.P. Simões, X-Wife, Micro Audio Waves e Terrakota.

A programação de curtas é igualmente extensa, destacando-se uma retrospectiva sobre a obra de Ben Rivers, a decorrer no Culturgest.

O IndieBus percorrerá o circuito que liga as salas de cinema na cidade e existem ainda festas temáticas no Maxime e no LuxFrágil. O primeiro faz as honras de abertura hoje com Gonçalo Gonçalves e o segundo no próximo sábado.

Para consultar a programação, clicar aqui

Dois vídeos muito distintos

Foram ontem revelados os videoclips de músicas dos últimos trabalhos de Deolinda e LCD Soundsystem. O primeiro é dono de uma reconfortante portugalidade lisboeta, vincando como habitualmente as tradições e espaços peculiares da cidade. O segundo é uma paródia ao caos pós-embriaguez feminino, também primando pela produção amadora e evolução no espaço.


Deolinda - Um Contra o Outro


LCD Soundsystem - Drunk Girls

Record Store Day

imagem retirada de Ipsilon

À semelhança do ano passado, também este ano Portugal comemora o Record Store Day. O já bem sucedido tributo às lojas de discos independentes celebra-se em todo o mundo hoje. Assim, o Record Store Day é comemorado em mais de 1000 lojas, que têm as mais variadas iniciativas no seu programa. As bandas e editoras não escapam à febre, editando álbuns em CD ou discos de vinil especiais para a ocasião xomo no caso dos Beach House, Soundgarden ou Blur.

A Flur em Santa Apolónia (Lisboa) e a Jo-Jo's Music na Rua Cedofeita (Porto) são quem mais se apruma na celebração da efeméride.

- Na Flur, das 15.00-20.00h há showcases de Bill Orcutte, de DJ Ride e de Pedro Magina dos Aquaparque. Jornalistas como Vítor Belanciano do Público, Rui Tentúgal do Expresso e Nuno Galopim do Diário de Notícias estão presentes em sessões de DJs. Mas não fica por aqui... também o balcão muda de empregados para músicos como Joaquim Albergaria (Vicious 5 e Paus) ou jornalistas como Rui Miguel Abreu e Isilda Sanches.

- Na Jo-Jo's constam actuações desde as 12.00h dos projectos Soaked Lamb, Cavalheiro, Complicado, Andrew Thorn e DJ Edu. Na compra de CDs, DVDs e outros artigos será feito um desconto de 20%.

Em Lisboa há ainda outras lojas que comemoram o Record Store Day. Trata-se da Carbono próxima da Avenida da Liberdade (Lisboa), que junta estes festejos aos do seu 17º aniversário, oferecendo t-shirts e pacotes-surpresa de CDs; d'A Trem Azul no Cais do Sodré (Lisboa), que efectua promoções em alguns artigos e da Louie Louie (Lisboa, Porto e Braga) cujos produtos deterão 20% de desconto.

adaptado de Ipsilon

O regresso do Hot Clube

Desde Dezembro que Lisboa chora a perda do seu clube de Jazz mais emblemático. Eis que a Câmara Municipal anuncia uma contribuição com 200 mil euros para o reerguer da instituição, cedendo ainda os números 47-49 da Praça da Alegria para o espaço. A nova morada é bem próxima do antigo espaço, o que faz com que a perda de identidade do novo Hot Clube se torne bem menos acentuada, ainda ganhando com o facto de a área ser até maior e de possuir um pátio.

Inês Homem Cunha, presidente do conselho directivo do Hot Clube Portugal afirma que "Estamos muito contentes por termos conseguido. Falta assinar o protocolo para voltar a pôr o Hot a mexer".

O edifício ardido, que alojava um dos clubes de jazz mais antigos do mundo (com mais de 60 anos) não será recuperada e aguarda demolição, que deixará apenas a fachada que tantas histórias conta.

Arrancou ontem a terceira edição do Peixe em Lisboa, patente no Pavilhão de Portugal até ao próximo domingo, dia 18 de Abril. O evento ocupa dois pisos (incluindo a varanda) divididos em várias salas e actividades como mercado gourmet (dedicado ao Oeste portugês), apresentações de cozinha ao vivo (show cooking), aulas de cozinha para crianças, aulas como o chef, harmonizações, restaurantes, coktails ao vivo, música ao vivo, provas de vinhos, cervejas, bebidas espirituosas, águas e cafés, "grande caldeirada", concursos "melhor pregão" e "melhor pastel de nata" com provas por especialistas, entre muitas outras.
Este ano o evento conta com 25 mil participantes (número superior aos 21600 do ano passado), dada a melhoria das condições como aumento dos lugares disponíveis para sentar e comer e também do mercado gourmet.

Em evidência estão a cozinha nacional, brasileira e nipónica, sendo os chefs responsáveis pelo show cooking provindos principalmente de Portugal, Brasil, Espanha e Itália. Quanto aos restaurantes, há presenças habituais do Tavares, Eleven, Fortaleza do Guincho (os três estrelas Michelin da Grande Lisboa), Panorama, Cervejaria Ramiro, Yorkhouse, Spazio Buondi/Nobre, Tasca da Esquina, os restaurantes do Altis Belém, etc.

O preço é 15 euros e inclui a degustação de 5€ e um copo para provas.

Sex Sells...Unfortunately We Sell Jeans

A publicidade consegue transportar-nos a mundos bastante distintos. Independentemente de adquirirmos ou não um produto, a verdade é que hoje em dia os anúncios já não se tratam apenas de uma questão de venda, tratam também de ser obras singulares e criativas que gravam a marca na cabeça do comprador. Desde sempre que a Diesel nos habituou a boa publicidade e depois da sucedida e acalamada campanha Be Stupid, segue-se para a colecção Primavera/Verão 10 a nova Sex Sells. No bem dito mote "Sex Sells...Unfortunately We Sell Jeans" surge-nos uma inteligente estratégia de anti-marketing que tanto desliga o sexo da moda, como os afirma como inseparáveis nos tempos que correm. A difícil decisão está entre uma compra abusada, um riso espontâneo com o slogan e uma apelativa sedução pelos corpos nús e naturais. Ora vejam um exemplo:

4ª Mostra do Documentário Português

A partir de hoje e durante os próximos dez dias, tem lugar no cinema São Jorge a 4ª Mostra di Documentário Português. Daqui a pouco, às 19.00h, tem acontecimento o lançamento dos livros de debates I, II e III, seguido de porto de honra, enquanto que pelas 21.30h, a sala 1 exibe JAIME de António Reis, ao qual se segue um concerto de Norberto Lobo.

Para ver a programação, clicar aqui

Filmes pequenos, grandes histórias

Com incapacidade de me deslocar ao cinema na última semana, só ontem vi a nova película de Sam Mendes, por mim aguardada desde há muito. Antes de mais, uma pequena dedicatória ao realizador/produtor: o primeiro filme em cinema de Mendes deixou-me completamente rendido. Falo do oscarizado American Beauty, que muito teve também do produtor Allan Ball, surgindo como um dos trabalhos de equipa mais bem conseguidos do novo cinema americano. Se em 1999 American Beauty era uma representação fidedigna da sociedade suburbana dos E.U.A., hoje continua a sê-lo. Assim é a marca de Mendes: fazer filmes de pessoas, para pessoas e em situações do nosso tempo que teimam em manter-se actuais. Tudo podia ser um cliché, não fossem os seus diálogos especiais. A capacidade criativa que o britânico tem de levar os mais genuinamente cómicos ou dramáticos diálogos à boca de improváveis e impressionantes actores marca pontos no que quer que ele faça mas desde o Oscar que não o víamos fazer um filme como este Away We Go. Pelos vistos a comédia negra e dramática é mesmo a sua praia. Se antes víamos um pai de família em plena crise de meia-idade, hoje vemos um casal bem jovem que fica "grávido" e procura um sítio para viver na América do Norte onde tenham alguns contactos. É esta a verdade, Burt e Verona (interpretados por John Krasinski e Maya Rudolph) não têm ninguém, estão sozinhos e ignorados pelos pais dele (os dela faleceram), sendo o seu objectivo que a filha cresça num meio onde possam contar com apenas alguém. Posto isto, fazem uma lista de sítios a visitar para seleccionarem um para viver, embarcando numa viagem que tem tanto de nacionalista como de anti-nacionalista, sendo aqui que entra a crítica satírica do autor. Nesta deambulação encontram as mais bizarras personagens que conferem ininterruptos momentos de humor, elevando até o disfuncional casal a uma posição bastante empática. Mas não é só de comédia directa que o filme vive, alimenta-se sobretudo dos subtis e doces momentos, humorísticos ou não (que diga-se, o facto de não terem absolutamente dose alguma de enjoo é uma proeza notável para uma comédia romântica nos dias que correm) que nos fazem lembrar ser humanos e mais do que isso, seres assustados com a paternidade e com o mundo que vemos para nós e aqueles que amamos. Não poderíamos exigir mais dos actores, li na Time Out desta semana uma frase (não aplicada a este filme) em que constava "no filme as personagens metem genuinamente piada e isso muda tudo" e é verdade... por muito bom que seja o guião, os actores só por si metem piada e isso é meio caminho andado. Do ponto de vista técnico o filme faz sorrir os olhos e ouvidos com músicas na sua maior parte acústicas e planos que são na maior parte uma, duas ou mais faces em conversa, captando muitas das maravilhas naturais mas sem lhes dar extrema importância, sendo que o argumento é dividido na imagem em capítulos, separados por títulos.

No final fica um sorriso e apesar de tantas gargalhadas e momentos em que o coração aperta durante a fita, é tão melhor quando nesta altura ele é espontâneo e ouvimos a unanimidade do público em comentários tão simples como "é mesmo giro o filme"!

Subescrevo, é mesmo giro!

Renasce hoje livraria Buchholz

Hoje pelas 18.00h, as portas da conceituada Livraria Buchholz em Lisboa abrem um ano depois com livros "especiais", mas que se vendam (in DN).

Relembrando a sua abertura pela mão do livreiro alemão Karl Buchhol< em 1943 e mudança de instalações em 1965, a sua falência em 2009 e póstumo leilão público, o processo desta histórica livraria não foi fácil. Será bom ver um renascimento dentro das suas instalações e a sua devolução a Lisboa.

O acordo foi firmado entre a Coimbra Editora Livrarias (CE) e o grupo LeYa, sendo que José da Ponte (gestor da CE) afirma que esta é a abertura de "uma livraria histórica actualizada". É ainda revelado que aceitarão encomendas de livros eruditos, mas que de preferência os livros comercializados se vendam, de modo a não repetir os erros do passado.
Dois dos três andares são ocupados por este espaço cultural, sendo que um é para escritórios da CE. A instituição viverá em torno do livro com exposições, conferências, lançamentos, teatro e concertos, começando já em Abril com uma programação que não deixa nenhum dia livre.

A reabertura da livraria, acessível por convite, é assinalada com um concerto de jazz com Maria Viana acompanhada pelo pianista Júlio Resende, assim como com o lançamento do seu livro Maria Viana 30 anos de Jazz. A própria comprometeu-se inclusivamente a tocar ao piano, já que a livraria possui um.

Resta-nos desejar boa sorte.

Modernismo a leilão

Quadros que foram apresentados no início do mês em Hong Kong serão leiloados pela Sotheby's em Nova Iorque no próximo dia 5 de Maio. Tratam-se de obras valiosíssimas de artistas impressionistas e modernistas que ainda serão exibidas em Londres andtes de chegarem aos E.U.A. Entre estes encontra-se o fantástico auto-retrato de Andy Wharol, cujo valor apontado para a licitação é entre 10 e 15 milhões de dólares, segundo os especialistas.

adaptado de DN

Cesária Évora em NY

A cabo-verdiana Cesária Évora é feita cabeça de cartaz da edição deste ano do conceituado Festival de Jazz de Nova Iorque. A "diva dos pés descalços" actuará no Carnegie Hall na noite de 25 de Junho, tendo como convidada a cantora portuguesa Lura. Outros nomes sonantes no festival serão o brasileiro João Gilberto, Herbie Hancock ou Keith Jarrett.

Os Homens da Luta em CD

Os famosos Homens da Luta Jel e Falâncio vão editar o seu esperado álbum de estreia a 1 de Maio, Dia do Trabalhador. O título comemorativo/reivindicativo da efeméride dá pelo nome de A Cantiga É Uma Arma

Jel e Falâncio afirmam que "o formato em que o álbum vai ser apresentado é totalmente original" com qualidade de som de 24 bits (ou seja, superior a um CD), chegando as canções em MP3 com o design do logótipo da banda. A pré-encomenda estará disponível nas lojas FNAC a partir de 7 de Abril

Num dos 10 temas, "Tarrafal", destaca-se a presença de Gaudêncio (Rui Veloso).

Prémio PT com doze portugueses

A 8ª Edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura Portuguesa conta com 408 inscritos de quatro países lusófonos. Entre eles encontram-se doze portugueses (sete romances, três de poesia, um de contos e um de crónica), entre os quais Caim de José Saramago, Avenida Paulista de João Pereira Coutinho, Boa noite, Sr. Soares de Mário Cláudio, O meu nome é legião de Lobo Antunes ou Das estações entre portas de Joana Ruas, por exemplo.

Desde os outros países chegam inscrições de dois romances angolanos, um romance moçambicano e 393 obras brasileiras.

MGMT - Flash Delirium

E afinal a banda não está só diferente na música. O novo videoclip de "Flash Delirim" fala por si: uma fábula acerca do regresso a casa e das expectativas de quem aí aguarda, relatada com sarcasmo e hiperbolização, misturadas com muita sinceridade.